A engenheira Magda Chambriard foi indicada para o comando da Petrobras nesta quarta-feira, 15, após a demissão de Jean Paul Prates. Assim como seu antecessor, ela é a favor da exploração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas e considera o projeto uma prioridade da estatal.
O bloco pleiteado pela empresa fica a 500 quilômetros da foz do rio Amazonas e a 160 quilômetros da costa do Amapá, em uma região conhecida como Margem Equatorial. O pedido para explorar a área está sob avaliação do Ibama, responsável pela autorização para perfuração dos poços.
“A gente não pode desistir da Margem Equatorial. Nesse ponto, meu foco é a Foz do Amazonas, pelo tipo de geologia, pelo afastamento da costa, pelas águas profundas e pelo talude mais espesso”, afirmou Chambriard ao portal Brasil Energia, em abril de 2024.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo em setembro de 2023, ela disse que para o país manter o atual nível de produção e autossuficiência, precisaria avançar sobre a Margem Equatorial, sobretudo na exploração da foz do Amazonas.
“Não é crível que após dez anos da oferta pública da Margem Equatorial e décadas de operação na Bacia de Campos, ainda haja impasses técnicos em processos de licenciamento”, escreveu Chambriard no artigo “Bacia da Foz, licenciamento ou risco Brasil”.
Entenda
A exploração de petróleo na Foz do Amazonas enfrenta resistência de ambientalistas, povos indígenas, do próprio Ibama e da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Enquanto isso, a Petrobras, o Ministério de Minas e Energia, parlamentares e governadores dos estados do Norte pressionam pela concessão da licença.
O bloco fica em águas ultraprofundas, em uma região ainda pouco explorada, com fortes correntes marinhas, espécies ameaçadas de extinção e outras desconhecidas, além de recifes de corais recém-descobertos.
Em maio de 2023, o Ibama negou o pedido da Petrobras. Segundo técnicos do instituto, o plano de proteção à fauna apresentado tinha “deficiências significativas” e o plano de emergência para casos de vazamento de óleo no mar era insuficiente. Dias depois, a companhia apresentou um pedido de reconsideração da licença, ainda sob análise.
Povos indígenas
Na terça-feira, 14, a estatal informou que não pretende atender ao pedido feito pelo órgão ambiental para a realização de estudos de impactos para os povos indígenas. “A Petrobras não vai fazer esses estudos nesse estado em que está o processo de licenciamento porque eles não são legais. Existe uma portaria que deixa claro em qual fase esse tipo de consulta é adequada. Caso façamos a perfuração e tenhamos uma descoberta, aí sim caberia esse estudo no processo de licenciamento da atividade de produção”, afirmou o diretor de Produção e Exploração da Petrobras, Joelson Mendes.
Envie seu comentário