A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), deflagrou, na quinta-feira (03/08), Operação Hela e prendeu José Nilson Azevedo da Silva, conhecido como “Nego”, pela morte de Débora da Silva Alves, que tinha 18 anos. Ela estava grávida de oito meses e o principal suspeito do crime seria o pai do bebê, Gil Romero Machado Batista, 41.
Durante a coletiva realizada na sede da Delegacia Geral, localizada na avenida Pedro Teixeira, bairro Chapada, zona centro-sul, estiveram presentes o delegado-geral e delegado-geral adjunto da PC-AM, Bruno Fraga e Guilherme Torres; o delegado Alessandro Albino, diretor do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM); os delegados Ricardo Cunha e Deborah Barreiros, titular e adjunta da DEHS, respectivamente, e a deputada Alessandra Campelo, da Procuradoria Especial da Mulher, da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
De acordo com o delegado Bruno Fraga, o caso trata-se de um crime bárbaro em que a vida de uma jovem gestante foi ceifada, e expressou as condolências aos familiares e amigos da jovem, em nome da PC-AM.
“Aproveito a oportunidade, também, para parabenizar as equipes de investigação da DEHS que elucidaram o caso em poucos dias, trazendo uma pronta resposta para este crime brutal”, disse.
A deputada Alessandra Campelo destacou que este feminicídio pode ser considerado o mais bárbaro que já visto em Manaus e ressaltou, como parlamentar, o excelente trabalho policial realizado em torno do caso.
“Reitero, mais uma vez, o compromisso no combate ao feminicídio e reforço que a Procuradoria Especial da Mulher continuará trabalhando em conjunto com a Polícia Civil para garantir a segurança das mulheres amazonenses”, falou.
Conforme o delegado Ricardo Cunha, Débora estava desaparecida desde o dia 29 de julho deste ano, quando saiu de sua residência para encontrar Gil Romero.
“Ele recusava, veementemente, a paternidade. No início da gravidez, ele ofereceu medicamentos abortivos à Débora e, em junho deste ano, tentou contra a vida dela pela primeira vez. Desta vez, a vítima se defendeu com uma faca, sobrevivendo ao ataque. No dia do crime, a jovem saiu para comprar o berço do bebê junto ao Gil Romero, entretanto, não retornou para casa em seguida”, disse.
Dinâmica do crime
A delegada Deborah Barreiros explica que Gil Romero era proprietário de um bar e, também, trabalhava como vigilante em uma usina. No estabelecimento comercial, José Nilson trabalhava como gerente, motivo pelo qual teria proximidade com Gil Romero.
“Além disso, os dois atuavam furtando os fios da fábrica. No dia do crime, enquanto Gil Romero foi se encontrar com Débora, José Nilson foi para a usina subtrair os materiais. Pouco tempo depois, segundo José Nilton conta em depoimento, Gil Romero apareceu com o corpo da jovem, sem vida e com sinais de asfixia”, disse.
Ainda de acordo com a delegada, ainda em depoimento, José Nilson contou que se sentiu coagido a ocultar o cadáver da vítima. Então, eles colocaram o corpo de Débora em um tonel e o queimaram, desovando-o posteriormente.
“No decorrer dos trabalhos investigativos, identificamos que José Nilson teria participação no ato criminoso. Ele foi localizado e preso na data de ontem, além de ter colaborado com as diligências e relatado onde estaria o cadáver da jovem”, explicou.
Procurado
Gil Romero encontra-se foragido e, quem tiver informações a respeito do paradeiro dele, deve entrar em contato pelos números (92) 98118-9535, disque-denúncia da DEHS, ou 181, da Secretaria de Segurança Público do Amazonas (SSP-AM).
Operação Hela
O nome da operação faz referência à deusa ‘Hela’, que representa a morte e a fertilidade na mitologia nórdica.
Procedimentos
José Nilson responderá por feminicídio, ocultação de cadáver e aborto e ficará à disposição da Justiça.
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