A abertura de pastagem foi o principal fator para o desmatamento na Amazônia entre 1985 e 2023. Um relatório do Mapbiomas, divulgado nesta 5ª feira (3.out.2024) mostra que a área para essa finalidade cresceu mais de 363% –uma expansão de 46,3 milhões de hectares em 39 anos.
Cerca de 90% da região desmatada teve a pastagem como 1º uso. A área mais afetada é a conhecida como Amacro, composta pelos Estados do Amazonas, Acre e Rondônia. A área de pastagem aumentou 11 vezes, com 7 milhões de hectares do bioma perdidas no período.
Em 2020, os pesquisadores observaram que 77% da área devastada desde 1987 ainda era utilizada para criação de gado. Somente 12% da área desmatada voltou a ter vegetação nativa. Eis a íntegra da pesquisa (PDF – 30 MB).
Considerando a expansão da pastagem por Estado, o Tocantins teve o maior crescimento no seu território amazônico, que foi de 34% para 77%. É seguido pelo Maranhão (14% para 48%) e por Rondônia (6% para 39%).
ÁREA AGRÍCOLA CRESCEU 417%
O uso de terras na Amazônia para atividades da agropecuária cresceu 417% entre 1985 e 2023. Foi um salto de 154 mil hectares para 7,3 milhões. Cerca de 80% é destinada ao cultivo da soja. A silvicultura aumentou 110 vezes, comportando 360 mil hectares em 2023. A cana-de-açúcar também ampliou sua participação na região, com 90 hectares.
AMAZÔNIA PERDEU 14% DA VEGETAÇÃO
O maior bioma brasileiro perdeu 55,3 milhões de hectares em 39 anos, que representa 14% do total do bioma. Segundo o Mapbiomas, o número é “alarmante” e pode levar ao “ponto de não retorno”.
Nesse estágio, o “bioma amazônico perderia sua capacidade de manter funções ecológicas essenciais e de se recuperar de distúrbios como queimadas e exploração madeireira, resultando em uma degradação irreversível da floresta”, diz Jailson Soares, pesquisador do Imazon e da equipe Amazônia do MapBiomas.
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