Da redação
Em Manaus, uma Palestra sobre gestão de cuidados em oncologia, reúne enfermeiros sobre benefícios do tratamento do paciente oncológico. É a primeira vez que o tema é abordado na região norte do Brasil. As práticas avançadas de enfermagem para melhorar a vida de pacientes oncológicos existem desde 1960 no Canadá e EUA, mas só foram implementadas no Brasil em 2016: 56 anos depois. Na noite desta sexta-feira, 22, uma palestra organizada pelo Projeto ELO, reuniu enfermeiros na clínica ONCOCLIN, bairro Cachoeirinha, zona sul de Manaus. Foi a primeira vez que a gestão em cuidar para melhoria da qualidade de vida do paciente oncológico e melhora da assistência da equipe multidisciplinar, ocorreu em uma capital do Norte do país.
Segundo a palestrante do evento, enfermeira oncologista e hematologista Kamila Sena, a palestra viabiliza melhorias dentro das práticas avançadas de enfermagem voltadas a pacientes oncológicos. “Hoje nós podemos dizer que elas (as práticas avançadas), não viabilizam só a enfermagem, mas o gerenciamento do Cuidar.
Elas trazem uma melhor qualidade tanto para o nosso paciente, quanto para o atendimento de uma equipe multidisciplinar gerenciada por um enfermeiro”. Kamila Sena afirma que os profissionais de saúde que atuam na área oncológica e que lidam diariamente com vidas, precisam saber mais que a técnica. “É necessário conhecer o por quê da técnica, melhorar, amplificar. O ser humano ele precisa evoluir e dentro da enfermagem é isso que nós estamos fazendo. Melhorando também os nossos registros, nossas evoluções e nossas publicações científicas” .Estima-se para o Brasil no biênio 2018-2019, a ocorrência de 600 mil casos novos de câncer, para cada ano. Excetuando-se o câncer de pele não melanoma (cerca de 170 mil casos novos), ocorrerão 420 mil casos novos de câncer no país, segundo dados do INCA-Instituto Nacional do Câncer.
Em todo o mundo os números são assustadores: 9,6 milhões de pessoas em 2018 tem câncer. Isso representa uma em cada oito mortes entre homens e uma em cada 11 mortes entre mulheres, de acordo com os dados da Agência de Pesquisa sobre câncer da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A prevalência e a taxa de mortalidade de vários tipos de câncer, são estimadas pela IARC-Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer em 18,1 milhões de novos casos de câncer neste ano. Aqui no Brasil os números da doença também preocupam. O câncer já é a principal causa de morte em 10% dos municípios brasileiros, superando as doenças cardiovasculares, atualmente líder em mortalidade. Os números mais recentes disponíveis no SIM-Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde, mostram que dos 5.570 municípios brasileiros, o câncer é a principal causa de óbito em 516 cidades pesquisadas. 80% delas onde o câncer é a principal causa de morte estão concentradas nas regiões Sul e Sudeste, justamente as mais desenvolvidas do Brasil, onde a expectativa de vida é maior e onde o IDH-Índice de Desenvolvimento Humano é mais alto. O Nordeste soma 9% desses municípios; seguido do Centro-Oeste (7%) e do Norte (4%).

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