No primeiro ano do governo Wilson Lima o Estado do Amazonas contabilizou 1.592 homicídios. Esse número cresceu ao longo de 2020 e o primeiro semestre deste ano. Mas são dados ainda em fase de compilação. O fato de os homicídios terem crescido em 2019 ( vide mapa da violência, publicado pelo IPEA) revela o fracasso da politica de segurança do novo governo e escancara o aparato de um poder paralelo em franco desafio às instituições do Estado.
Em 2020, duas organizações criminosas provocaram dezenas de mortes na disputa das principais rotas do tráfico de drogas no Estado.. Em 2021, catorze ônibus foram queimados, delegacias atacadas, viaturas danificadas e a cidade de Manaus sitiada.
As organizações criminosas agem com esse discernimento quando o Estado é fraco ou tornou-se refém, cedeu poder por absoluta incapacidade de impor ordem ou abriu espaço deliberadamente para o crime. Vai ficar essa dúvida.
Mas a violência não se resume às mortes. Ela está nos milhares de assaltos, no espaço aberto pelo Estado em bairros pobres, onde o crime organizado se estabeleceu e agora impõe suas próprias leis.
Está também dentro do Estado, quando alguns de seus agentes resolvem assaltar ou contrabandear ouro; quando sua Inteligência serve ao crime, não à sociedade; quando numa pandemia é o governador que contrata uma loja de vinhos para comprar respiradores superfaturados. Ou quando parte da Procuradoria Geral da República a acusação de que o governador é o criminoso.
Então, é quando de repente nos damos conta de que tudo parece irremediavelmente perdido e sem jeito. Esgotou-se a confiança no poder do Estado e a fé na justiça.
Resta rezar. Mas onde? Nas igrejas os pastores nos convencem a “doar” para eles o pouco do arroz que restou no fundo da panela….

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