Assim está o Brasil: insegurança alimentar, miséria, saúde deficitária, educação estagnada, meio ambiente em risco, violência e impunidade. Crise hídrica, inflação, juros subindo e perda do poder de compra. Não faltam problemas.
A fome castiga 19 milhões de brasileiros. Muitos se espremem nos latões de lixo em busca da refeição do dia, nem que sejam restos descartados dos supermercados ou ossos e pelancas dos açougues. O desemprego atinge 13,5 milhões, despejando famílias de seus lares. Para onde quer que se olhe, constatamos o triste cenário de gente ‘hospedada’ em condições desumana sob viadutos, marquises e praças. Igualmente atingidos duramente pelas crises de governança e sanitária, comércios e empresas encerraram suas atividades. A saúde pública, ainda que o SUS tenha dado conta do recado na pandemia do Coronavírus, é lamentável. Meses de espera por uma consulta, faltam remédios, faltam profissionais, hospitais superlotados… E a camada mais pobre da sociedade, que depende do atendimento público, é quem mais sofre desse mal. A Educação deveria ser a principal prioridade no Brasil, que precisa formar cidadãos, gerar empregos e reduzir a desigualdade social. Mas a remuneração dos professores é inadequada, falta estrutura nas escolas e universidades, faltam recursos para pesquisa, a gestão é precária e por aí vai. Tudo isso porque, enquanto outros países investem pesado na Educação, aqui cortam verbas. Em consequência, temos altos índices de evasão escolar (11 milhões somente neste ano) e baixas notas nas avaliações internacionais. O meio ambiente tem um capítulo específico na nossa Constituição, ele é um direito de todos, um bem de uso comum, classificado como essencial à qualidade de vida da população. Mas nos últimos anos, sofre desgaste generalizado nas estruturas. De referência mundial, o Brasil passou a vilão. A violência cresce: feminicídios, assassinatos, roubos, agressões físicas estão se tornando fatos normais na vida dos brasileiros, poucos se chocam com as barbáries. E ainda tem a corrupção, que é o pior dos males para agravar o estado de pobreza material e moral de nossa Nação. Todos os setores são afetados pela corrupção e pela impunidade. A maior operação anticorrupção da história do Brasil, que desmontou quadrilhas de corruptores e corrompidos, foi dissolvida pela Procuradoria-Geral da República. A Lava Jato saiu de cena sob um Brasil em silêncio, sem pessoas nas ruas em protesto pelo seu fim. E em meio a esse turbilhão, estamos retrocedendo em termos de civilidade. Deixamos ser uma sociedade fraterna, hoje há uma luta de todos contra todos. Já fomos muito melhores do que somos. Temos o direito de viver em um País acolhedor, que nos proporcione vida decente e significativa. Mas não é pelejando pelas redes sociais ou partindo para o confronto físico nas ruas, com sangue nos olhos e ódio no coração, que iremos consertar as coisas. A inflexibilidade não vai tirar o país do retrocesso. Sejamos mais participativos. E principalmente pacificadores. O Brasil precisa de nós! Temos a obrigação e a responsabilidade de ajudar o Brasil. E a reconstrução começa com diálogo e escuta. Se cada um fizer a sua parte, vamos, sim, recuperar o nosso País! Renata Abreu é presidente nacional do Podemos e deputada federal por São Paulo
Envie seu comentário