Um levantamento feito pelo Metrópoles apontou que 24 dos 37 secretários-executivos que compõem a Esplanada dos Ministérios do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) são homens brancos; apenas 11 são mulheres; quatro negros ou pardos, uma asiática e outro indígena.
Os ministérios de Minas e Energia e dos Transportes foram os últimos a escolher seus secretários-executivos. Mas a preferência por homens brancos não mudou.
Das 11 secretárias-executivas, apenas três são mulheres negras: Roberta Cristina Eugenio dos Santos Silva (Igualdade Racial), Rita Cristina de Oliveira (Direitos Humanos) e Maria Laura da Rocha (Relações Exteriores).
Na Esplanada, há apenas três indígenas, incluindo ministros: Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas e seu secretário-executivo, Eloy Terena; além de Wellington Dias, do Desenvolvimento Social.
Entretanto, uma das promessas de campanha de Lula foi a igualdade racial e de gênero, inclusive, em seu próprio governo. No discurso da vitória, feito no dia 31 de outubro, o petista elencou suas prioridades:
“Por isso vamos trazer de volta as conferências nacionais. Para que os interessados elejam suas prioridades, e apresentem ao governo sugestões de políticas públicas para cada área: educação, saúde, segurança, direitos da mulher, igualdade racial, juventude, habitação e tantas outras”, disse.
Duas indicações foram comemoradas por militantes e por parte da sociedade, de Anielle Franco (Igualdade Racial) e de Silvio Almeida (Direitos Humanos).
Ala estratégica
Núcleos estratégicos da Esplanada como a área econômica, infraestrutura e na Presidência sofrem com ausência de diversidade no segundo escalão. A secretaria-executiva do Ministério da Fazenda de Fernando Haddad tem à frente é Gabriel Galípolo. Ele é o “número dois” da pasta.
Simone Tebet, ministra do Planejamento, escolheu Gustavo Guimarães para o posto; quem destoou foi Esther Dweck, ministra de Gestão, que escolheu Cristina Kiomi Mori para o cargo.
Na ala de Infraestrutura também não há diversidade. Jader Filho, ministro de Cidades, escolheu o deputado Hildo Rocha ao cargo, enquanto Márcio França, de Portos e Aeroportos, escolheu Roberto Eduardo Gusmão.
As indicações “brancas” se repetem nas Relações Institucionais , Casa Civil e Secretaria-Geral da Presidência com Olavo Noleto Alves, Miriam Belchior e Mario Fernandes, respectivamente.
Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento Social, que se identifica como indígena, nomeou como como seu “número dois” Osmar Ribeiro de Almeida Júnior; Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, que se identifica como homem negro, escolheu Ricardo Cappelli para o posto.
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