Moradores da Comunidade Maricota 1, localizada no Ramal do Zene, km 13, no município de Itapiranga, Amazonas, estão denunciando publicamente danos ambientais e sociais supostamente causados por intervenções da empresa ETAN Ltda, subsidiária da ENEVA S.A., na região do Campo Azulão.
Segundo os relatos, a empresa teria iniciado obras no local sem consultar ou ouvir os moradores, resultando na destruição total de um lago que, de acordo com a comunidade, era fundamental para o abastecimento de água e para a subsistência local. Desde então, os moradores afirmam que estão sendo obrigados a buscar água na cidade, enfrentando dificuldades diárias.
As denúncias já teriam sido protocoladas junto a órgãos como o Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) e o Poder Judiciário, mas até o momento, conforme a comunidade, não houve qualquer resposta oficial. Os moradores também afirmam que representantes da empresa não compareceram à região para prestar esclarecimentos e que, desde o início dos protestos, apenas técnicos de segurança e profissionais terceirizados foram vistos no local.
Um vídeo gravado por moradores mostra a área afetada e expressa a indignação da população com o que chamam de “descaso” por parte das autoridades e empresas envolvidas.
A comunidade solicita respostas das empresas e das autoridades competentes, bem como a reparação dos danos ambientais e a restauração do acesso à água potável.
Posicionamento da Eneva
Procurada pela reportagem, a Eneva S.A. enviou nota afirmando que “trabalha com programas de monitoramento e de gestão de impactos dos recursos hídricos de todas as suas operações”, com foco na conformidade legal e na eficiência ambiental.
A companhia declarou que realiza monitoramentos contínuos durante todo o período das obras, com a mensuração de indicadores como captação e consumo de água, lançamento de efluentes e qualidade dos recursos hídricos, conforme determina a Resolução CONAMA nº 430/2005.
Sobre o caso específico da Comunidade Maricota 1, a Eneva informou que “o local está a uma distância segura entre o igarapé e a zona de obras”, e que os dados de monitoramento indicam “inexistência de impactos ambientais decorrentes da construção do gasoduto sobre os corpos hídricos ou na qualidade da água”.
ETAN Ltda ainda não se manifestou
Até o momento da publicação desta matéria, a empresa ETAN Ltda — diretamente citada nas denúncias da comunidade — não respondeu aos pedidos de posicionamento enviados pela reportagem.

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