O presidente da Petrobras, o general Joaquim Silva e Luna, relatou, em entrevista à CNN, o desgastante processo a que foi submetido até ser demitido do cargo.
Ele deixa a estatal após a assembleia de acionistas no dia 13 de abril, quando será referendado o nome do economista Adriano Pires.
“Nossa reputação é colocada em xeque. Eu fiquei mais de 50 anos no Exército, de cadete a general, tinha vindo de uma missão de dois anos na Itaipu. De repente, te colocam como você tivesse vindo para cá por um outro motivo que não fosse servir o Brasil”, disse o general numa conversa na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro.
Silva e Luna foi demitido do cargo pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Segundo ele, a conversa “não durou mais do que 20 minutos”.
A demissão aconteceu por meio de uma manobra, apesar do general ainda ter mais um ano de mandato.
Ele foi informado que não seria reconduzido ao conselho de administração, o que automaticamente o tiraria da presidência da empresa.
A decisão foi do presidente Jair Bolsonaro, que ficou insatisfeito com o mega reajuste de preços dos combustíveis promovido pela Petrobras para compensar a alta do petróleo provocada pela guerra da Ucrânia. Silva e Luna diz que continua “fiel” a Bolsonaro, mas critica os políticos que buscam um “culpado” pelo aumento dos preços e fingem não entender a lógica de oferta e demanda do mercado de petróleo.
“Eu tenho dúvida se (os políticos) tem dificuldade de entender ou se interessa não entender. Sinceramente, eu tenho dúvida porque se trata de gente com capacidade elevada. Tem gente que diz que dentro de um problema a gente pode usar como escolha encontrar um culpado ou encontram uma solução. Quando endereçam um culpado, fica mais fácil.”
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