A região Norte abriga 87% da Amazônia brasileira e representa 59% do território nacional. Possui 16 mil espécies conhecidas de árvores, 2,7 mil de peixes, 1,4 mil de aves e a maior floresta tropical do planeta, além de armazenar mais de 80 bilhões de toneladas de carbono. Em contrapartida a esses números superlativos, as instituições amazônicas receberam apenas 10% dos recursos federais para pesquisas sobre biodiversidade, de acordo com um estudo recente.
A pesquisa, cujos principais resultados foram publicados num artigo na revista Perspectives in Ecology and Conservation, revelou ainda que, em 2022, a Amazônia obteve 13% das bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado, e contava com apenas 12% dos pesquisadores que trabalham em pós-graduação em biodiversidade no país. Ainda segundo o estudo, a região recebeu 23% do total dos financiamentos federais destinados a apoiar pesquisas ecológicas de longa duração. Na outra ponta, as regiões Sul e Sudeste receberam juntas, de 2016 a 2022, 50% desses recursos.
O trabalho foi realizado no âmbito do projeto Synergize, uma grande rede de pesquisa que faz parte do Centro de Síntese em Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (SinBiose/CNPq). Ela reúne pesquisadores de 12 instituições nacionais e internacionais e é coordenada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e pela Universidade de Bristol, no Reino Unido.
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