O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta quinta-feira (23) o “direito à defesa” como um “valor monumental da democracia” ao comentar a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, mas criticou o ex-integrante do governo Bolsonaro por ter sido um “mau ministro da Educação”.
O petista também classificou as denúncias de negociações com pastores no Ministério da Educação (MEC) como uma “vergonha nacional”. As declarações foram feitas em entrevista à rádio Difusora do Amazonas.
“Eu acho que a prisão depende de apuração, depende de prova. Você não pode prender porque vai prender. Não. Você tem prova contra o cidadão? Está provado que ele roubou? Você faz um processo e daí a Justiça decide se vai prender ou não”, afirmou o ex-presidente.
Na entrevista, Lula defendeu o “direito à defesa para todo mundo”, mas criticou a gestão de Ribeiro no MEC. “O direito à defesa é um valor monumental da democracia neste país, e por isso eu não sei se foi investigado, se tem autorização de juiz para prender, mas que ele foi um mau ministro da Educação, foi”, disse.
O petista chamou de vergonhosos os encontros divulgados pela imprensa entre Ribeiro e pastores no ministério. “Aquela reunião dele distribuindo dinheiro para pastor é uma vergonha nacional”, afirmou.
O ex-ministro foi preso na quarta-feira (22) em uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga a suspeita de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos no MEC. Ribeiro deve passar por uma audiência de custódia nesta quinta-feira.
Aborto em casos de estupro
Ainda durante a entrevista, Lula foi questionado sobre o que pensava sobre o direito ao aborto em casos de estupro. Segundo o ex-presidente, “a lei já garante que a vítima de estupro tem direito a fazer o aborto legalmente e protegido pela medicina brasileira”.
Em abril, o petista foi alvo de críticas de bolsonaristas e evangélicos por dizer que “todos deveriam ter direito ao aborto no Brasil”. Depois da repercussão da declaração, ele voltou a falar do tema e se disse “contra o aborto”. “Eu tenho cinco filhos, oito netos e uma bisneta. Eu sou contra o aborto. O que eu disse é que é preciso transformar essa questão do aborto numa questão de saúde pública”, afirmou na época.
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