O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro afastou Ednaldo Rodrigues do comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) nesta quinta-feira (15). A decisão foi tomada pelo desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, que nomeou o vice-presidente Fernando Sarney como interventor e determinou que ele convoque novas eleições “o mais rápido possível”.
O motivo da destituição está ligado a um acordo firmado no início do ano que possibilitou a manutenção de Ednaldo na presidência. Segundo o magistrado, esse acordo é nulo, pois envolve suspeitas de falsificação da assinatura de Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, e dúvidas sobre sua capacidade mental, uma vez que ele foi diagnosticado com câncer cerebral em 2018.
A discussão foi retomada após o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhar o caso ao TJ-RJ para apuração urgente dos fatos. Mendes havia negado o afastamento imediato de Ednaldo, mas autorizou a investigação das alegações feitas em petições recebidas pelo Supremo.
Entre os autores dos pedidos de afastamento estão a deputada Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) e o próprio Fernando Sarney. Eles sustentam que a assinatura de Coronel Nunes no acordo que encerrou a disputa judicial sobre o processo eleitoral da CBF foi falsificada, o que invalidaria o documento e, consequentemente, a eleição de Ednaldo.
O desembargador chegou a agendar uma oitiva com o Coronel Nunes, mas o ex-dirigente não compareceu por questões de saúde, segundo seu advogado. A audiência foi cancelada, e, quatro dias depois, a decisão de afastar Ednaldo foi oficializada. Esta é a segunda vez que o TJ-RJ o destitui do cargo — a primeira ocorreu em dezembro de 2023, mas ele retornou à presidência por decisão do STF.

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