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Incêndios criminosos ameaçam o transporte público

Segundo NTU, de 1987 até hoje já são quase cinco mil ônibus queimados no Brasil.

Da redação

Violência leva empresas a buscar ajuda do governo. Segundo NTU, de 1987 até hoje já são quase cinco mil ônibus queimados no Brasil. Somente este mês foram 23, sendo 15 só no Ceará.

Os incêndios criminosos de coletivos urbanos, que ameaçam o transporte público há décadas, estão causando uma preocupação crescente entre as empresas do setor: a recente onda de violência em Fortaleza (Ceará) já reduziu a cinzas 15 ônibus; desde o início do ano já foram queimados 23 coletivos em todo o país. A escalada da violência motivou a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) a procurar o governo para pedir medidas mais duras contra esse tipo de crime.

Para mostrar a gravidade da situação, a NTU entregou ao Governo Federal nesta quinta-feira (17/01) uma publicação com o histórico dos casos de incêndios a ônibus desde 1987 até os dias de hoje. O material foi recebido pelo general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O general Heleno reiterou a preocupação do governo com o problema e disse que estão sendo tomadas as providências cabíveis.

“Não podemos mais conviver com essa violência e impunidade que coloca em risco a vida de passageiros, motoristas e cobradores, além de gerar prejuízos financeiros ao setor e danos irreparáveis à sociedade, que sofre os efeitos da falta do transporte para realizar as tarefas do dia a dia”, alerta o presidente executivo da NTU, Otávio Cunha. Ele destacou que esse tipo de ação criminosa já causou a morte de 20 pessoas e queimaduras graves em outras 62, segundo o levantamento.

A publicação Fogueiras da Insensatez – por que queimam os ônibus no Brasil, produzida pela NTU em parceria com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), traz um apanhado histórico das ocorrências de queima de ônibus em todo o país, com depoimentos e números que mapeiam os crimes. “Além da ameaça contra a vida, esses atos comprometem um bem público e um serviço essencial, reconhecido pela Constituição Brasileira como um direito social”, lamenta Otávio Cunha.

Segundo a publicação, esse tipo de violência causou a destruição de 4.330 ônibus entre 1987, quando essa prática teve início, e julho de 2018. Além das vítimas fatais e feridos graves, a queima de ônibus priva as comunidades de transporte (a reposição dos veículos leva vários meses) e gera graves prejuízos econômicos, já que não há cobertura de seguro para esse tipo de sinistro e as empresas têm que arcar integralmente com os custos envolvidos.

FOTO: Divulgação

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