O governo Jair Bolsonaro (PL) exonerou hoje o médico olavista Hélio Angotti Neto do cargo de Secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde.
A saída dele foi publicada na edição do DOU (Diário Oficial da União) e é assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP).
Angotti Neto foi o responsável pela nota técnica, publicada pela pasta em janeiro, que colocou a cloroquina como eficaz contra a covid-19, e a vacina não. Na época, ele ocupava o cargo de secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde da pasta.
O medicamento já teve sua ineficácia comprovada contra a doença, sendo contraindicada, inclusive, pela OMS (Organização Mundial da Saúde), enquanto as vacinas se mostraram seguras e eficazes para prevenir casos graves e óbitos.
Fã do escritor e guru bolsonarista Olavo de Carvalho, morto em janeiro deste ano, Angotti Neto presenteou o escritor, a quem chamava de “professor”, com seus livros e fez várias referências a ele em um blog que escreve sobre medicina e filosofia.
A sinopse de uma das obras do secretário, chamada “A Morte da Medicina”, diz que “a medicina, como ciência, deveria estar de fora de quaisquer tentativas de manipulação político-ideológica, que são sempre justificadas através de argumentações absurdas e totalmente anticientíficas”. Ele também é contra a descriminalização do aborto.

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