O governo de Jair Bolsonaro (PL) assinou um convênio que prevê um repasse no valor de R$ 200 mil a uma ONG do ex-lutador de MMA José Aldo, logo após o primeiro turno das eleições de 2022. O atleta está hospedando o ex-presidente em sua casa na Flórida (EUA).
Segundo dados do Portal da Transparência, obtidos pelo portal Uol, o acordo entre o instituto JAJ — presidido pelo campeão de UFC — e o Ministério da Cidadania foi assinado em 5 de outubro e prevê a realização da Copa Cidadania de Jiu-Jitsu no Rio de Janeiro.
A indicação para a assinatura foi realizada por uma emenda parlamentar individual do deputado federal Felício Lacerda (PP-RJ), aliado de Bolsonaro, e designava o repasse de R$ 199.998,55 em parcela única ao instituto por meio da Secretaria Nacional de Esportes.
O pagamento à ONG ainda não foi finalizado porque o instituto não apresentou uma conta bancária regularizada para receber a quantia. O valor, no entanto, foi empenhado (reservado) pelo governo e não pôde ser destinado a outras iniciativas.
Com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), caberá ao novo governo decidir se o convênio será mantido ou cancelado, uma vez que a medida tem vigência de um ano — ou seja, vence em 5 de outubro de 2023.
Viagem aos EUA
Bolsonaro está hospedado na casa do ex-lutador desde 30 de dezembro. Ele decidiu sair do país antes da posse presidencial, para não passar a faixa a Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ex-presidente está em Orlando em um período sabático após deixar o cargo, sem previsão de retorno.
A esposa do atleta, Vivianne Pereira Oliveira, recebeu auxílio emergencial durante a pandemia de Covid-19.
Até a publicação desta reportagem, não havia nenhuma divulgação da Copa Cidadania de Jiu-Jitsu na internet ou nas redes sociais. O Instituto JAJ, por sua vez, não tem página oficial ou site.
José Aldo da Silva Oliveira Júnior, 36 anos, nascido em Manaus, é considerado um dos maiores lutadores da história do UFC. Foi bicampeão da categoria peso-pena e o último campeão peso-pena do extinto World Extreme Cagefighting (WEC). Em 2010, recebeu o prêmio World MMA Awards de “Lutador do Ano”.
O Metrópoles questionou o Ministério da Cidadania e a assessoria do ex-lutador sobre o convênio, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.
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