A apresentadora e jornalista Gloria Maria desabafou durante uma entrevista rara. No Roda Vida exibido na noite desta segunda-feira (14) e revelou que mesmo famosa e bem sucedida, não está blindada do preconceito.
“Nada blinda preto de racismo, ainda mais a mulher preta. Nós somos mais abandonadas, discriminadas. O homem preto não quer a mulher preta. Você tem que aprender a se blindar da dor. Se você for esperar o blindamento universal, você está perdida”, declarou.
Na conversa, ela também relatou dois episódios racistas sofridos pelas filhas Laura e Maria. Em um deles, um colega na escola chegou a dizer para uma das pequenas “você, sua macaca, não fala nada”.
“Isso não vem da criança, vem da família. E a família não vai mudar. Quando ele (amiguinho) falou, queria machucar. E a maneira que tinha é para machucar era ofender racialmente. Isso que acho uma coisa trágica. Se ele sabe que chamar de macaca é uma ofensa racial, é porque foi ensinado”, afirmou ela.
LUTA PELA VIDA
Na conversa, ela também relembrou o momento difícil que viveu após lutar contra um tumor no cérebro. A jornalista conta que a doença não era, como muitos imaginavam, um câncer.
“Não pensei no fim nem por um segundo. Eu estava viva, com um tumor no cérebro terrível que se eu não tivesse descoberto ele me mataria em 15 dias. Esse tumor formou um edema em volta e inflamou, me fez ter uma convulsão”, disse ela. A jornalista contou que foi um milagre sair do episódio sem sequelas.
“Eu tinha a possibilidade de 30% ou 40% de sobreviver e só 20% de não ter sequelas. O ser humano quer viver no mundinho cor de rosa, nuvem azul, mas a vida não é assim. A vida é feita de nuvens rosas e cinzas e eu aprendi a conviver”, afirmou.
OUTRA ENTREVISTA
A jornalista Gloria Maria falou abertamente sobre uma questão que faz parte do imaginário de seus fãs: afinal, quantos anos ela tem? Em conversa com o podcast Mano a Mano, apresentado por Mano Brown, ela disse que ninguém vai conseguir provar qual é a sua idade.
“Não tem dados para provar e eu invento. Lá atrás ninguém vai conseguir bater lé com cré porque eu confundi tanto que ninguém vai conseguir fazer a conta. E não é pra esconder, é questão de cultura familiar”, disse ela.
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