Municípios da região Sul que começaram a semana com temperaturas de até 27ºC se preparam para uma onda de frio que pode aproximar os termômetros de zero, com chance de neve ou chuva congelada — ainda que pequena. Isso ocorre por causa de uma frente fria forte, comum nessa época do ano, que se apresenta após passar por um forte bloqueio atmosférico de alta pressão que manteve o calor no Brasil. No Rio Grande do Sul, há cidades quem podem apresentar variação de 21ºC em menos de 48h e o frio também chega ao Sudeste.
O meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) Mamedes Luiz Melo explica ao UOL que massas de ar polar como a prevista para o fim desta semana são comuns neste período do ano no país, dada a estação.
“Estamos em período de inverno. O que seria anormal era se o tempo ficasse sempre quente. Já estamos em um padrão com média mais quente do que outros invernos.”
A onda de frio que está por vir, portanto, é sinal de uma “trégua” no bloqueio atmosférico de alta pressão que impediu ao longo do mês a entrada de frentes frias e o desenvolvimento da nebulosidade no Sul e Sudeste, o que também ocasionou o tempo seco na região, causando o mês de julho mais quente em quase 40 anos na capital paulista.
“No inverno, é normal a manifestação de bloqueios atmosféricos do tipo, deixando as frentes frias mais presas no Sul. Só que agora este bloqueio está mais intenso do que nos anos anteriores, por isso que esta temperatura está acima da média. A frente fria que está a caminho é forte o suficiente para conseguir romper esse bloqueio atmosférico”, explica a meteorologista Maria Clara Sassaki, especialista do Climatempo.
Ela lembra que as regiões mais atingidas pela onda de frio devem ser o Sul do Brasil; São Paulo; Rio de Janeiro; sul de Minas Gerais; Mato Grosso do Sul; sul de Goiás e sul de Mato Grosso.
Durante o período mais gelado (sábado), a temperatura mínima prevista para Florianópolis é de 8ºC e a máxima de 20ºC; em Curitiba, os termômetros devem variar entre 7ºC e 18ºC. Em Campo Grande, a mínima do sábado (30) deve ser de 12ºC e a amplitude térmica é grande, com máximas no mesmo dia podendo chegar aos 27ºC. Na cidade de São Paulo, a mínima prevista na sexta-feira (29) é de 15ºC e no sábado é de 10ºC.
Em Santa Catarina e nas regiões sul e oeste do Paraná, os sistemas de meteorologia também preveem uma ventania com rajadas de entre 50km/h e 70km/h na quinta-feira (21).
Segundo o especialista do Inmet, municípios das Serras gaúcha e catarinense devem sofrer as maiores quedas de temperatura entre a sexta-feira (29) e o sábado (30). Em Bom Jesus (SC), por exemplo, os termômetros têm previsão de máxima de 27ºC na quinta-feira e mínima de 6ºC na sexta-feira, mais de 20ºC de diferença.
Municípios como Lages (SC), São Francisco de Paula e São José dos Ausentes (RS) devem ter as menores temperaturas do país durante a onda de frio. “Nessas áreas, há condições das temperaturas chegarem até os dois graus, eu arriscaria até falar que em torno de zero graus entre sexta e sábado”, diz o meteorologista do Inmet.
Segundo o Climatempo, apesar de haver divergência entre os modelos meteorológicos, há chances de neve ou chuva congelada serem registradas no sábado (29) na região de serra de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, ainda que sejam pequenas.
A onda fria não deve durar muito tempo, porém. A expectativa é de que a partir do domingo (31) as temperaturas voltem a subir no país. “Deve começar a aquecer no início de agosto, a tendência é a temperatura subir, não subir ao extremo, mas de ficar mais quente após o inverno”, afirma o especialista do Inmet.
A expectativa, segundo a especialista do Climatempo, é de que o calor volte às regiões a partir da próxima sexta-feira.
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