Apesar de o presidente Jair Bolsonaro (PL) incluir em sua campanha contra as urnas eletrônicas falsas comunicações de “vulnerabilidade” que o Exército teria encontrado no sistema, o general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, que atuou como ministro da Secretaria de Governo da atual gestão, diz não acreditar que os militares apoiem aventuras golpistas. “Minha opinião é baseada na cultura que eu vivi no Exército por mais de 45 anos. As Forças Armadas são instituições de Estados e não apoiam grupos ou pessoas”, disse Santos Cruz à coluna. “Também não vejo apoio político e nem envolvimento do Exército em questões sobre a confiabilidade das urnas utilizadas no Brasil”.
Recém-filiado ao Podemos, o general é apoiador da candidatura do ex-juiz Sergio Moro à Presidência da República. “Tenho convicção de que quaisquer questões porventura estudadas por especialistas militares em relação ao assunto são absolutamente técnicas e não têm nada a ver com apoio político”, acredita ele. “Os assuntos relativos ao sistema eleitoral e ao modelo adotado não são assuntos militares. São assuntos da Justiça Eleitoral, do Congresso Nacional e do Ministério da Justiça. A contribuição militar é em aspectos técnicos”.
Para Santos Cruz, respeito funcional e protocolar é devido legalmente a todas as autoridades e isso nada tem a ver com apoio político. “Tentar envolver as Forças Armadas na polêmica criada sobre confiabilidade das urnas é atitude completamente irresponsável. Isso é tentativa deliberada de manipulação da opinião pública, tentando explorar a boa imagem do Exército”, critica. Para o general, a sociedade sabe que pode confiar no Exército e que não se deve dar crédito às “fanfarronices e às tentativas do presidente de transferência do prestígio do Exército para os seus interesses políticos pessoais”.
“Quem fizer referência a apoio político e tentar explorar politicamente o prestígio do Exército está blefando, mentindo e sendo irresponsável”, avalia Santos Cruz.
Envie seu comentário