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Família tenta trazer para o DF corpo de jogador que morreu na França

Iago Victor dos Santos, de 26 anos, teve uma parada cardíaca horas depois de um jogo na cidade de Nice, na Riviera Francesa
REPRODUÇÃO / INSTAGRAM

Uma família de Vicente Pires (DF) tenta conseguir dinheiro para dar um último adeus a Iago Victor dos Santos, de 26 anos que morreu na França, neste domingo (27). O brasiliense era jogador de futebol profissional e sofreu uma parada cardíaca poucas horas após um teste para ingressar em um time em Nice. Ainda  aturdidos com a notícia, seus três irmãos e a mãe lutam para reunir cerca de R$ 69 mil para trazer o corpo de Iago de volta ao Brasil.

Iago começou a trajetória em uma escolinha do Vasco, em Vicente Pires e passou por vários times no Brasil e na América Latina antes de ir para a Europa. Jogou na Espanha, em Portugal, na Bélgica e agora tentava a França. Tinha planos. Prestes a se casar com uma portuguesa, esquematizava com os irmãos para vir ao Brasil no Natal, para conhecer o sobrinho, João Pedro, de 2 anos.

Um dos irmãos de Iago, Pedro, conversou com o R7 por telefone. Ele contou que estava em Valparaíso (GO) e tinha saído para se encontrar com parentes e pedir ajuda financeira para trazer o irmão para ser enterrado no Distrito Federal. “Temos pouco mais de R$ 17 mil de um rateio online, e outros R$ 4 mil que conseguimos da família. Temos entre R$ 21 mil e R$ 22 mil”, contou o irmão à reportagem.

Ele soube da morte de Iago em tempo real, enquanto socorristas franceses tentavam ressuscitá-lo. Isso porque Iago morava com um amigo brasileiro, que avisou a noiva do jogador, em Portugal, para que ela acionasse os parentes quando ele passou mal. A mulher ligou para a mãe do jovem, e Pedro assumiu e fez, então, uma chamada de vídeo para o companheiro de quarto da vítima.

Pedro contou que a família estava reunida para assistir ao jogo do Flamengo, mas ele se trancou no quarto para conversar com o amigo de Iago e acompanhar o salvamento. “Às 15h47, eu estava em chamada de vídeo. Eu percebi, pela expressão, pelo jeito do amigo dele, que ele não tinha resistido. Perdemos nosso pai há dois anos. Éramos quatro irmãos. Ele era o mais novo dos homens”, lamentou.

Era por volta de 20h em Nice. Mas o jogo tinha sido de manhã. Iago já saiu sentindo-se mal. Almoçou, foi pra casa e tentou se recuperar. Ele foi diagnosticado com Covid-19 em janeiro, e os familiares acreditam que a parada cardíaca possa ter ocorrido como sequela da doença. Pedro saiu do quarto e entendeu que precisaria dar a notícia para a mãe e os irmãos. “Foi o pior dia da minha vida. É inexplicável. É uma dor absurda, que não dá pra entender. Dá pra ser grato pelo que vivemos, mas é uma dor muito grande”, desabafou.

“Ele era uma pessoa diferente, que passou pela Terra para fazer amizades e deixar lembranças. Era muito alegre, muito carinhoso com as pessoas, era fácil de você se apegar. Minha mãe está despedaçada. Estamos sendo fortes para segurá-la. Mas é filho. A gente sente dor de irmão, de amigo, mas filho é um pedaço da mãe que vai embora. Estamos na luta pela ‘vakinha’”, afirmou.

O corpo de Iago passou por uma autópsia nesta terça (1). A expectativa da família é que o Consulado Brasileiro telefone para a família na quarta (2). Com o laudo, os irmãos terão a documentação necessária para contratar duas funerárias. Uma na França, para preparar Iago e o translado para o Brasil, e outra aqui, para buscá-lo no aeroporto e levá-lo para o cemitério. Quem desejar doar qualquer quantia, pode usar ESTE LINK.

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