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Expedição aponta possíveis impactos da exploração petroleira na foz do Amazonas

De acordo com pesquisadores do IEPA, um eventual acidente de vazamento na região da foz do Amazonas pode espalhar óleo até o litoral da Guiana.
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Eurico Marone\Guepeace

Uma expedição de pesquisadores do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA), com apoio do Greenpeace, passou 21 dias percorrendo a região da foz do Amazonas, desde o Pará até o Amapá, para entender a dinâmica das águas costeiras e identificar possíveis riscos da exploração petroleira. As conclusões não são boas: um eventual vazamento pode causar impactos para além do mar territorial brasileiro.

Essa questão está no centro do debate sobre a exploração de petróleo na chamada Margem Equatorial, que colocou IBAMA e Petrobras em rota de choque por conta da não liberação do licenciamento ambiental para o bloco FZA-M-59. De acordo com o órgão ambiental, a estatal não apresentou estudos suficientes sobre os impactos ambientais do empreendimento.

A análise da IEPA aconteceu em março a bordo do veleiro Witness, do Greenpeace, uma embarcação adaptada às condições específicas do litoral amazônico. Os resultados preliminares, destacados pelo portal ((o)) eco, já sinalizam que a Petrobras terá dificuldades para comprovar que a exploração de óleo nessa região pode ser segura.

Os pesquisadores lançaram sete equipamentos rastreadores, chamados derivadores, que simulam a dispersão de poluentes na superfície do mar. Em pouco tempo, dois deles chegaram a zonas protegidas: a Área de Proteção Ambiental (APA) do Arquipélago do Marajó (PA), e a Reserva Ecológica do Lago Piratuba (AP). Outros foram ainda mais longe e chegaram à costa de países vizinhos, como Suriname e Guiana, em direção ao Caribe.

“Existem poucas modelagens com relação às características hidrodinâmicas dessa zona costeira e marinha e é muito importante a gente ter um entendimento melhor sobre essa dinâmica para poder interpretar o que aconteceria em caso de vazamento de petróleo”, explicou Enrico Marone, porta-voz de oceanos do Greenpeace.

O governo federal prepara a edição de um decreto que define a realização de Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) para áreas ambientalmente sensíveis, como é o caso da foz do Amazonas. O IBAMA defende essa análise mais completa para ter mais clareza sobre os impactos do empreendimento da Petrobras no litoral do Amapá.

Enquanto isso, a própria Petrobras anunciou a realização de uma expedição científica própria à foz do Amazonas, com o objetivo inicial de aprofundar estudos sobre a geologia marinha da região, considerada pela empresa como “a nova e mais promissora fronteira exploratória em águas profundas”. De acordo com a Folha, a expedição conta com 28 cientistas de 12 universidades e instituições de pesquisa, e acontece a bordo do navio de pesquisa Vital de Oliveira, da Marinha Brasileira.

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