O Rio Amazonas é o rio mais longo do planeta, com os seus 6.992 km de extensão, seguido pelo Nilo, Yangtzé, Mississipi-Missouri e Yenisei. O Rio Amazonas nasce no Peru (na Cordilheira dos Andes) e banha três países: Peru, Colômbia e Brasil. Quando chega ao Brasil, recebe o nome de Solimões e possui 3.165 km de extensão, desde a fronteira com o Peru e a Colômbia até o encontro com o Rio Negro. A bacia do Rio Amazonas também abrange Bolívia, Equador, Venezuela e Guiana.
Ao entrar em território brasileiro, o rio passa a se chamar Solimões até encontrar o Rio Negro, em Manaus; a partir daí, até sua foz, volta a ser chamado de Rio Amazonas. Sua foz tem uma característica mista, pois apresenta tanto estuário quanto delta, a exemplo do Nilo, Danúbio, Zambeze, Ganges, Mississipi, Parnaíba e Jacuí. A palavra “Solimões” tem origem na língua tupi e significa “rio dos peixes” ou “das águas escuras”. Dois significados muito apropriados, pois o Solimões abriga uma exuberante quantidade de peixes e suas águas são turvas.
Suas várzeas são muito férteis – uma bênção para os nossos irmãos ribeirinhos – e seus afluentes são povoados por mais de 2 mil espécies de peixes. O Solimões é a “rodovia” que Deus nos deu, por onde passam centenas de barcos levando e trazendo a riqueza produzida pelo nosso povo. Infelizmente, o Brasil, que tem no Amazonas um dos seus maiores patrimônios, nos nega a rodovia que nos tiraria do isolamento por terra: a BR-319.
Ao longo do Solimões, encontram-se seus afluentes: Javari, Jutaí, Juruá, Purus (margem direita) e Içá, Japurá e Negro (margem esquerda). Os historiadores consideram que, ao se juntar com o Solimões, o Rio Negro dá origem ao Rio Amazonas. O Solimões e seus afluentes são depositários de imensas fortunas (bilhões de dólares) em minérios, fauna e flora — patrimônios do Amazonas e do Brasil. É uma pena que o Brasil não regulamente a exploração racional dessas riquezas em harmonia com a natureza, para o bem do país e dos nossos irmãos ribeirinhos e indígenas. O Solimões, tão rico e importante para o Amazonas e para o Brasil, infelizmente, por falta de vontade política e determinação, ocupa de vez em quando os espaços da mídia com apreensões de drogas, pois, por ele e seus afluentes, passa grande parte da cocaína e da maconha que são distribuídas no Brasil e no restante do planeta.
Manaus, 06 de junho de 2025.
Professor José Melo
Ex-Governador do Estado do Amazonas

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