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Ensino a distância cresce 474% no Brasil e se consolida como alternativa educacional

Uma realidade que também se refletiu para formações de nível médio.
Foto: Freepik

Dados divulgados neste mês pelo Ministério da Educação (MEC) apontam que, entre 2011 e 2021, o número de ingressantes em cursos superiores de graduação a distância (EaD) cresceu 474% no Brasil. O levantamento reflete o avanço desse modelo de aprendizagem, que ganhou impulso especialmente na pandemia de covid-19, quando a necessidade de distanciamento social levou uma série de instituições de ensino a oferecerem o EaD como uma alternativa para que alunos continuassem sua busca por uma formação profissional. Uma realidade que também se refletiu para formações de nível médio.

Hoje, as motivações para a preferência pelo modelo são diversas. A estudante Nivea Soares, de 30 anos, optou por cursar o ensino técnico em Administração à distância para ter mais tempo com a filha de seis anos. “Saio muito cedo de casa para trabalhar e ela ainda está dormindo. Se eu fosse estudar presencial [no período noturno], mal iria ver a minha filha. Com o EaD, eu consigo chegar em casa, dar atenção a ela e determinar meu horário de estudo”, conta a jovem.
Nivea é aluna do Centro de Ensino Técnico (Centec), em Manaus, e explica que a escolha pela formação técnica está diretamente ligada aos seus planos profissionais. “Pretendo prestar um concurso que exija o ensino técnico e escolhi o Centec porque a instituição possibilita a conclusão do curso em até seis meses, o que, para mim, que preciso dessa formação com urgência, é muito bom”, comenta.

Preferência

Segundo o levantamento do MEC, alunos que preferem o ensino à distância deverão se consolidar como a maioria nos próximos anos. Um exemplo é o número de novos alunos do ensino superior entre 2020 e 2021. Nesse período, houve um crescimento de 23,3% em ingressantes no ensino à distância, enquanto, nas graduações presenciais, caiu 16,5%.

Após ter a oportunidade de ser contratada como consultora de vendas em uma grande empresa do ramo imobiliário, em Manaus, Adara Monteiro, de 32 anos, passou a descobrir o ramo de corretagem de imóveis e se viu com grande vontade de crescer na área. “A empresa me informou que para trabalhar como corretora é preciso fazer o curso técnico e tirar o registro profissional, então comecei a correr atrás. Consegui fazer uma venda que me deu um dinheiro bom e procurei o Centec para fazer logo o curso e me profissionalizar”, conta.
Segundo ela, o que pesou para a escolha da opção de ensino à distância foi a praticidade e a flexibilidade de horários. “Essa modalidade é a mais vantajosa para mim, porque os meus horários durante o dia variam bastante, então consigo fazer as aulas quando sobra um tempo na minha rotina. Outro ponto positivo é que, caso eu tenha alguma dúvida, posso simplesmente voltar e assistir à mesma aula novamente”, explica.

Equivalência

A coordenadora do ensino à distância do Centec, Nathalia Flores, explica que a modalidade tem a mesma carga horária e validade do ensino presencial, segundo a legislação vigente. No entanto, o EaD possibilita uma formação mais rápida, a depender da rotina do aluno. “Há essa possibilidade de acelerar o processo de formação, desde que o estudante se dedique e adiante a sua jornada, estudando mais horas diárias, por exemplo”, explica a educadora.

Com o aumento da procura por ensino à distância, Nathalia afirma que a tendência é o setor educacional aderir cada vez mais à modalidade. “Atualmente, disponibilizamos cursos técnicos em Administração e Transações Imobiliárias, mas já temos planos para, em 2023, ampliar essa oferta para as áreas de Logística, Qualidade e outros cursos livres”, comenta.

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