O Ministério Público Federal (MPF) obteve a condenação de um empresário, ex-diretor da Multitek Engenharia, e de um ex-diretor de Serviços da Petrobras, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A sentença corresponde a crimes envolvendo pagamento de propinas em contratos celebrados entre a Multitek e a petroleira, no período de 2011 a 2012, investigados no âmbito operação Lava Jato.
Na denúncia oferecida à Justiça Federal, em julho de 2020, o MPF acusa o empresário de pagar mais de R$ 5,6 milhões em propina para o então diretor de Serviços da Petrobras, com o objetivo de favorecer a Multitek em licitações e contratos com a estatal, que somam mais de R$ 525 milhões. O ex-diretor da Petrobas, por sua vez, foi acusado de ter recebido o pagamento ilegal e direcionado decisões dentro da petroleira para obter vantagens para a empresa em três contratos e aditivos.
Ambos dissimularam a origem dos valores se utilizando dos serviços de dois irmãos, proprietários de uma empresa envolvida no esquema, que celebraram contratos ideologicamente falsos, adquiriram obras de arte e custearam reformas imobiliárias. Os irmãos revelaram o esquema criminoso em acordo de colaboração celebrado com o MPF.
De acordo com a sentença, o empresário foi condenado a 11 anos, 6 meses e 22 dias de reclusão e ao pagamento de 321 dias-multa. Já o ex-diretor da Petrobras foi condenado a 29 anos e 2 meses de reclusão e ao pagamento de 875 dias-multa. A pedido do MPF, a Justiça determinou, ainda, o confisco, em favor da União, de uma escultura (intitulada Raízes) e do montante de R$ 3,4 milhões em bens dos réus, o correspondente aos valores ilícitos lavados pelos condenados. Ainda cabe recurso da decisão.
Ação Penal nº 5032160-92.2020.4.04.7000
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