O gasto está, inclusive, acima da inflação contabilizada entre janeiro de 2021 e maio deste ano – o que significa que, além do aumento no valor médio dos combustíveis, houve ampliação do consumo por parte dos deputados.
Cota parlamentar é uma quantia de dinheiro que cada congressista pode gastar com despesas relacionadas ao exercício do mandato, como aluguel de escritório no estado de origem, passagens e combustível, entre outros.
Dobro de 2020
Ao comparar a despesa atual com a registrada há dois anos, a diferença é ainda mais gritante. Em 2022, deputados gastaram mais que o dobro dos primeiros seis meses de 2020. Vale lembrar que o período de dois anos atrás foi marcado pelo início da pandemia da Covid-19 no Brasil e pela adoção de medidas restritivas para conter o avanço da doença no país.
Mesmo assim, o gasto com abastecimentos registrado até o momento já superou os níveis pré-pandêmicos. Em 2019, por exemplo, levando em conta os seis primeiros meses do ano, foram despendidos R$ 8.029.140,74 da cota parlamentar apenas com combustíveis. Na prática, portanto, o ano de 2022 custou aos cofres públicos R$ 630 mil a mais do que o contabilizado há três anos.
Confira:
Quem mais gastou
No primeiro semestre deste ano, o deputado José Airton Félix Cirilo (PT-CE) foi o parlamentar que mais gastou dinheiro da cota. No período, o petista registrou despesa mensal de R$ 6 mil, totalizando R$ 36 mil. Na sequência, está o deputado João Carlos Bacelar (PL-BA), que despendeu R$ 35.982,68 da cota nos seis primeiros meses.
Além de Bacelar, outros quatro parlamentares da bancada da Bahia também figuram entre os dez mais “gastões” da Câmara; são eles: José Rocha (União); Charles Fernandes (PSD); Marcelo Nilo (Republicanos-BA); e Arthur Oliveira Maia (União).
Em seguida, aparecem a deputada Marcivânia (PCdoB-AP) e os deputados Lucio Mosquini (MDB-RO), Marcos Soares (União-RJ) e Euclydes Pettersen (PSC-MG). Todos da lista tiveram gastos entre R$ 36 mil e R$ 35 mil.
Confira:
O Metrópoles procurou o gabinete de todos os deputados citados, para que pudessem comentar os gastos, mas não obteve retorno até a última atualização da matéria. O espaço permanece aberto para manifestações.
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