“Agradecemos a todos os países que aprovaram a resolução, agradecemos ao Brasil”, disse o encarregado, em entrevista coletiva na Embaixada da Ucrânia em Brasília na tarde desta Quarta-Feira de Cinzas. “Mas precisamos de mais sanções para realmente levar os russos a recuar”, cobrou o diplomata.
Anatoliy Tkach solicitou que o governo brasileiro corte relações comerciais com a Rússia. “E, se não for possível a nível estatal, que as empresas brasileiras sigam o exemplo de companhias como a Netflix e deixem de oferecer seus serviços à Rússia. É uma pressão que pode ser efetiva”, disse o representante da entidade, que evitou reclamar diretamente da posição ambígua do Brasil, que condena a Rússia em sua diplomacia, mas tem no presidente Jair Bolsonaro (PL) um defensor da “neutralidade” frente ao conflito.
Resolução
Após três dias de uma rara reunião emergencial, a ONU aprovou resolução contra a Rússia e seu presidente, Vladimir Putin, pela invasão e pelos bombardeios na Ucrânia. Dos 193 países, 141 votaram a favor, cinco contra e 35 se abstiveram. Eram necessários dois terços para a aprovação.
Dessa forma, portanto, a decisão foi esmagadora contra os russos. O documento, feito conjuntamente por 94 países, aponta que a ONU “deplora fortemente a agressão da Federação Russa contra a Ucrânia”. O Brasil votou contra os russos, mas não participou da construção da resolução.
A ONU demanda que a Rússia interrompa imediatamente os ataques e retire total e incondicionalmente as forças militares do território ucraniano.
Juridicamente, a resolução não é vinculativa: somente expressa o posicionamento oficial da ONU. O objetivo é subir a pressão sobre Moscou, e também Belarus, que tem se aliado aos russos. É esperado, agora, que as sanções contra a nação comandada por Vladimir Putin aumentem.
No sexto dia de ataques, Kiev, capital e coração do poder, e Kharkiv, segunda maior cidade ucraniana, estão sob forte bombardeio. Civis foram alvejados pelas tropas russas.
De acordo com o diplomata ucraniano no Brasil, dois mil civis já morreram na guerra.
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