Cada vez mais, estudiosos culturais e pós-coloniais veem fazendo esforços para expor e provar as relações de poder e de contestação que vão além das Supremas Cortes e das cúpulas internacionais.
Assim como as teorias das Ciências Sociais, das Relações Internacionais e do Direito, tanto a música quanto as teorias acadêmicas são formas de representação. A teoria não é a realidade, é um modo de representar e entender o Mundo. A principal diferença? Quando a música representa um fenômeno político, não recorre ao senso comum. Representa um desafio aos nossos próprios modos de representação da sociedade.
Todos temos a tendência de nos isolarmos em nossas próprias aglomerações. Nascemos das bolhas de egos culturais, políticos e econômicos. Mas a escolha de nos mantermos dentro delas é nossa. Só saem das bolhas os que transcendem à “preguiça cultural”, incessante busca pelo confortável, conhecido, semelhante. Em grande parte, nosso “ócio cultural” consome o melhor das produções artísticas da cena mainstream, buscando a garantia de um padrão de qualidade. O hábito sempre leva ao mais fácil, receio de perder tempo com o que possa não valer a pena. É evidente nossa acomodada atitude diante da cultura, sempre vinda dos mesmos países que nos impuseram um imaginário na intensa frequência de suas produções. É hora de não apenas aceitar, mas descobrir o novo.
Através das lentes estéticas — e de um caráter interdisciplinar –, já passou a hora de redescobrir a música como fonte de conhecimento político na construção de identidade, nação, sociedade e resistência. Contestar o senso comum, as estruturas políticas estabelecidas e oferecer uma resposta musical às interpretações convencionais da política mundial.
Pink Floyd, rap peruano, Nirvana, metal mongol, Bob Dylan, rock chileno,, folk do Saara Ocidental, Sex Pistols, punk, blink-182, reggaeton, Talking Heads, disco árabe, Bruce Springsteen, ska bósnio, Titãs, balé russo, Foo Fighters, jazz de Benim e até Backstreet Boys ensinam Política Internacional.
Felipe Viveiros é graduado em Relações Internacionais pela PUC-SP e mestre em Relações Internacionais e Organização Internacional pela Universidade de Groningen (Holanda). Escreve e edita o site Cultura do Resto do Mundo. Professor convidado do curso de Extensão Universitária “Cultura é Diplomacia da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Sobre a Universidade Presbiteriana Mackenzie
A Universidade Presbiteriana Mackenzie está na 103º posição entre as melhores instituições de ensino da América Latina, segundo a pesquisa QS Quacquarelli Symonds University Rankings, uma organização internacional de pesquisa educacional, que avalia o desempenho de instituições de ensino médio, superior e pós-graduação. Possui três campi no estado de São Paulo, em Higienópolis, Alphaville e Campinas. Os cursos oferecidos pelo Mackenzie contemplam Graduação, Pós-Graduação Mestrado e Doutorado, Pós-Graduação Especialização, Extensão, EaD, Cursos In Company e Centro de Línguas Estrangeiras.

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