Crimes virtuais como o cometido contra a Renner nesta semana têm ocorrido com mais frequência no Brasil. Com a pandemia, até os hospitais começaram a enfrentar o problema. Em muitos casos, os hackers pedem milhões de reais para devolver as informações roubadas.
Um levantamento feito por uma consultoria de segurança cibernética mostrou que vem crescendo não só a quantidade de ataques, como os o apetite dos criminosos pelo dinheiro.
O crime é conhecido pela junção das palavras ransom, que significa resgate, e malware, nome dado a softwares invasores: ransomware.
No primeiro semestre desse ano, o valor médio pago por uma empresa para recuperar dados de hackers chegou a R$ 3 milhões — um recorde. Aumento de 82% sobre 2020, que já estava bem acima dos números de 2019.
A maior parte das empresas consegue negociar. Em média, os hackers exigiram R$ 5,3 milhões para devolver ou não publicar as informações.
Na última quinta-feira (19), a Renner sofreu um ataque do tipo ransomware, o que tirou o site e o aplicativo do ar. A investigação inicial indicou que foi uma invasão mais branda.
Na semana passada, o alvo foi o sistema interno da Secretaria do Tesouro Nacional. A Polícia Federal (PF) foi acionada e, segundo o Ministério da Economia, não houve danos.
Em um mapa interativo que mostra, em tempo real, os cyber-ataques ao redor do mundo é possível identificar que, no Brasil, a maioria dos ataques parte do território nacional. Mas em termos globais, o país é o segundo maior alvo: só nesta quinta-feira já foram mais de cinco milhões de ataques.
Para o gerente-executivo da Kaspersky, Roberto Rebouças, com o aumento do home office na pandemia, os sistemas ficaram vulneráveis. Ele lembra que a Lei Geral de Proteção de Dados, em vigor desde o início do mês, vai mudar a negociação com os criminosos.
Conteúdo e foto CNN
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