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Conselho Nacional das Populações Extrativistas reforça compromisso de luta pelos direitos dos povos indígenas

O dia 19 de abril, mais que um dia de comemoração, é acima de tudo um dia de luta e resistência contra o genocídio dos povos indígenas.
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Divulgação

No Dia Nacional dos Povos Indígenas, 19 de abril. o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) reforça seu compromisso na luta pela defesa dos territórios tradicionais de uso coletivo e pelos direitos dos povos extrativistas, incluindo os povos indígenas que atuam com o extrativismo sustentável. Nesse sentido, o CNS apóia iniciativas que geram renda à população da floresta e proteção ao meio ambiente.

“O dia 19 de abril, mais que um dia de comemoração, é acima de tudo um dia de luta e resistência contra o genocídio dos povos indígenas. O CNS tem uma relação histórica com os povos da floresta na defesa dos territórios tradicionais de uso coletivo, na defesa do direito dos povos extrativistas, indígenas e quilombolas, não só da Amazônia, como de todo o país”, afirma o secretário-geral do CNS, Dione Torquato.

O dirigente lembra, ainda, que uma ação conjunta de atualização está sendo realizada para reafirmar as bandeiras de luta e o compromisso de uma pauta junto às populações indígenas e que farão parte da agenda do CNS durante a edição de 2024 do Acampamento Terra Livre (ATL), marcado para acontecer entre os dias 22 e 26 de abril, em Brasília (DF).

Cadeias produtivas

Entre os povos indígenas que trabalham com extrativismo sustentável e recebem apoio do CNS e Memorial Chico Mendes, estão o Povo Apurinã, em Pauini (distante 926 quilômetros de Manaus), que trabalha com a cadeia produtiva da borracha.

De acordo com o presidente da Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas do Município de Pauini (ATRAMP), Zé Roberto, atualmente, 69 famílias estão trabalhando diretamente na coleta do látex. Dessas, 14 famílias envolvidas são de parentes indígenas, pertencentes das aldeias São Jerônimo, Penedo e Cacurium 1 e 2.

Ele destaca que, com o apoio do CNS, Memorial Chico Mendes, WWF Brasil, Michelin e demais parceiros locais, foi possível reestruturar a cadeia. “Levando em consideração que a gente sempre teve um potencial – a nossa última safra foi em 2016 – passamos a reestruturar essa cadeia a partir de 2022, com a integração dessa rede de parceiros”, afirma Zé Roberto.

Após essa retomada, eles viram a produção saltar de 7.654 quilos, na safra de 2022, para 20.519 quilos, na safra de 2023. “Destacamos a grande importância da retomada dessa cadeia produtiva para os parentes indígenas, que tiveram seu protagonismo na época em que a borracha estava em alta”, diz o presidente da ATRAMP.

A ideia é realizar um trabalho de campo para atualizar e fazer novos cadastros de extrativistas, o que irá aumentar tanto o número de indígenas quanto de não indígenas, levando a uma maior produção e renda. “Nós entendemos que precisamos gerar renda nas comunidades e que dinheiro na mão traz qualidade de vida”, diz Zé Roberto.

Outros exemplos

Além do extrativismo da borracha, há outros inúmeros exemplos de como os povos indígenas vêm se beneficiando desse trabalho de fortalecimento das cadeias produtivas, como os indígenas Apurinã da Aldeia Trevo, localizada na Floresta Estadual Tapauá, que atuam com a extração sustentável de óleo de copaíba. Já o povo Paumari, também de Tapauá, atua com a pesca extrativista do pirarucu, nos lagos Manissuã, Paricá e Cuniuã. Quem ganha destaque também são os povos Apurinã e Banawa, das Terras Indígenas Caititu e Banawa, localizadas na Reserva Extrativista (Resex) Ituxi, no Amazonas.

 


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