Há mais de dois meses no comando do Exército, o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, de 62 anos, disse querer “afastar a política do Exército”.
Paiva atravessou o último dia 31 de março, aniversário de 59 anos do golpe militar, sem que fossem registradas exaltações ao período da ditadura nos quartéis, algo que não ocorria há cinco anos. Em 2023, foi interrompida a tradição do Ministério da Defesa de publicar mensagens referentes à data, através da Ordem do Dia. Apesar de não ter sido publicada mensagem neste ano, houve manifestações pontuais, como o almoço em homenagem à data realizado no clube militar do Rio de Janeiro.
“Meu objetivo é afastar a política do Exército. Somos profissionais e temos que focar no nosso trabalho”, disse Tomás Paiva ao jornal O Globo.
Paiva foi anunciado em 21 de janeiro, pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como novo comandante do Exército, em substituição ao general Júlio César de Arruda, demitido em meio à crise com os militares.
A exoneração de Arruda aconteceu um dia após a reportagem do colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles, revelar que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, operou uma espécie de caixa 2 com recursos em espécie que eram usados, inclusive, para pagar contas pessoais da primeira-dama Michelle Bolsonaro e de familiares dela.
Segundo ministros palacianos, a gota d’água para a demissão teria sido a recusa de Arruda em exonerar Mauro Cid do 1º Batalhão de Ações e Comandos, o 1º BAC, uma das unidades do Comando de Operações Especiais, com sede em Goiânia.
Perfil
Paulistano, iniciou a carreira militar em 1975 ao entrar na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas, no interior de São Paulo.
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