Segundo pesquisa do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), a União Brasil é o partido que mais vota contra os projetos de Lula da Silva (PT) na Câmara dos Deputados entre as legendas com pastas na Esplanada dos Ministérios.
A sondagem é sobre como foi a articulação do governo federal e os votos dos partidos na Casa até o final de maio. A reportagem é de Wanderley Preite Sobrinho, do UOL.
Com 59 deputados, a União Brasil tem a terceira maior bancada da Câmara. Para atrair seus votos, Lula entregou ao partido três ministérios: Comunicações (Juscelino Filho), Turismo (Daniela Carneiro) e Integração e Desenvolvimento Regional (Waldez Góes).
Apesar disso, o partido se declarou independente e, para ganhar mais espaço, ameaça ir para a oposição.
Dessa forma, com três ministérios, o partido é o que menos vota com o governo na comparação com as outras oito legendas agraciadas com alguma pasta: PT, PCdoB, PDT, PSB, PSOL, Rede, PSD e MDB.
Proporcionalmente, o partido rejeita mais propostas do governo do que os declaradamente oposicionistas PP, PSDB e Cidadania e do que outros independentes, como PSC, PSD, MDB, Republicanos e Patriota.
Com 45,23% de votos favoráveis à pauta governista, é o terceiro que menos dá apoio a Lula na Câmara, atrás apenas de PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, e Novo, o mais oposicionista.
Na votação do marco temporal, por exemplo, 48 dos 50 deputados da União Brasil em plenário votaram contra o governo.
Sob pressão
Portanto, para entregar mais votos, a legenda pressiona o Planalto a tirar do Turismo Daniela Carneiro (RJ), que está de mudança para o Republicanos, e colocar Celso Sabino (PA), aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Conforme o UOL, a troca foi adiada para esta semana, já que Lula voltou apenas ontem ao Brasil após uma semana em viagem oficial pela Europa.
Em junho, 50 parlamentares da sigla entregaram a Lula um pedido formal exigindo a troca de Daniela por Sabino sob ameaça de deixar a “independência” e rumar para a oposição, tirando os votos até dos projetos de interesse econômico.
Para não rifar Daniela e Waguinho, seu marido e prefeito de Belford Roxo (RJ), o petista avalia liberar emendas e entregar a eles cargos no segundo escalão de órgãos federais no Rio, como hospitais.
Os dois foram os únicos que apoiaram Lula na Baixada Fluminense durante a campanha eleitoral.
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