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Candidaturas a deputado estadual caem em 20 estados; a federal, sobem

Em 2022, 16.887 pessoas concorrem a vagas nas assembleias legislativas; em 2018, havia 2.035 postulantes a menos
Veronique DURRUTY/Gamma-Rapho via Getty Images

Esta é a primeira vez desde que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) passou a divulgar o registro de candidaturas, em 1994, que o total de pessoas concorrendo nas eleições gerais diminuiu em relação ao pleito anterior. Serão 28.460 candidatos em 2022, 625 a menos do que havia quatro anos atrás.

A redução foi influenciada pela disputa às assembleias legislativas: em 20 estados, há menos candidatos do que em 2018. Considerando o total de postulantes ao cargo de deputado estadual, a queda fica próxima dos 11%.

Por outro lado, as candidaturas a deputado federal tiveram um crescimento próximo de 20% se comparadas à última disputa. Mais de 10 mil pessoas tentarão uma vaga na Câmara Federal em outubro.

Os dados constam em levantamento da CNN, que também ouviu o cientista político Fernando Meirelles para entender o que eles representam na disputa nacional. Confira a seguir.

Menos dois mil na disputa

Candidatos a deputado estadual:

  • 2018 – 18.922
  • 2022 – 16.887

Entre 2018 e 2022, são 2.035 candidaturas a deputados estadual a menos. Nas últimas eleições, foram 18.922 candidatos. Neste ano, são 16.887 pedidos de registro.

Em estados como Amazonas, Rio de Janeiro e Distrito Federal, a queda de postulantes às Assembleias Legislativas passa de 35%. Em 2018, o Rio de Janeiro teve 2.465 candidatos a deputado estadual, enquanto o Distrito Federal registrou 981, e o Amazonas, 657. Neste ano, são 1.608 no Rio, 591 no Distrito Federal e 424 no Amazonas.

Para o cientista político e pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fernando Meireles, há um “componente de nacionalização” nos partidos, que tendem a privilegiar a Câmara dos Deputados no que diz respeito às disputas parlamentares.

Os únicos estados que registraram aumento no número de candidatos às Assembleias Estaduais são Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Santa Catarina e Tocantins.

Meireles considera ainda que duas mudanças na regra eleitoral contribuíram para o movimento: a exigência de que um parlamentar atinja 20% do quociente eleitoral para ter acesso à distribuição de votos e se eleger, e a redução das candidaturas permitidas para cada lista, agora limitada à quantidade de vagas em disputa.
“O partido precisa montar uma lista [de candidatos] com nomes que tenham chance de se eleger individualmente. Vale a pena investir em um número menor de candidatos, mas que sejam mais competitivos”, avalia Meireles.

Congresso fica mais concorrido

Candidatos a deputado federal:

  • 2018 – 8.588
  • 2022 – 10.303

Na contramão das disputas estaduais, quase duas mil pessoas estão registradas para disputar o Congresso a mais do que em 2018. Fernando Meireles lembra que o financiamento público das legendas é definido pelas bancadas eleitas para a Casa.

Para ele, a Câmara dos Deputados “é o foco dos partidos”. “Ela é o que realmente dá acesso ao fundo partidário e a outras coisas. Faz sentido privilegiar recursos para os cargos nacionais”, conclui.

Amapá, Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo são os únicos recuos nessa tendência. Os outros 23 estados proporcionam um crescimento de 19,96% na busca pelas 513 cadeiras de deputado federal.

No Pará, o aumento mais do que dobra o quadro de 2018, quando 141 pessoas disputaram uma cadeira no Congresso. Neste ano, serão 299. Em Alagoas, o número salta 98%, de 83 para 265.

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