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Brasil tem segundo mês de deflação em agosto, com queda de 0,36%, diz IBGE

Resultado do IPCA no mês foi influenciado, sobretudo, pelos setores de combustíveis e alimentos; expectativa mediana do mercado apontava para queda mensal de 0,40%
REUTERS/Ricardo Moraes

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) —que mede a inflação oficial do país–, registrou queda pelo segundo mês seguido em agosto, com queda de 0,36%,  informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (9).  Em julho, o índice havia recuado 0,68%.

No ano, a inflação acumulada é de 4,39% e, nos últimos 12 meses, de 8,73%.

A expectativa mediana do mercado apontava para queda mensal de 0,40% e para uma alta de 8,69% em comparação ao mesmo mês do ano passado.

O valor em 12 meses ainda fica bem acima do teto da meta da inflação para este ano, de 5%.

“Alguns fatores explicam a queda menor em relação a julho. Um deles é a retração menos intensa da energia elétrica (-1,27%), que havia sido de 5,78% no mês anterior, em consequência da redução das alíquotas de ICMS”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

O especialista também cita a aceleração de alguns grupos, como saúde e cuidados pessoais (1,31%) e vestuário (1,69%), e a queda menos forte do grupo de transportes em agosto. No mês anterior, os preços da gasolina, que é o item de maior peso no grupo, tinham caído 15,48% e, em agosto, a retração foi menor (-11,64%).

Combustíveis e alimentos ajudaram na queda

O resultado de agosto foi influenciado, sobretudo, pelos setores de combustíveis, que reflete as sucessivas quedas nos preços da gasolina anunciadas pela Petrobras, além da redução de tributos anunciados pelo governo, que também afeta os custos de energia elétrica e telefonia.

Com queda de 3,37%, o grupo dos transportes teve o maior impacto negativo em agosto, contribuindo com 0,72 ponto percentual (p.p.) sobre o índice geral. Essa queda foi influenciada principalmente pela retração de 10,82% nos preços dos combustíveis.

Os quatro combustíveis pesquisados tiveram deflação no mês: gás veicular (-2,12%), óleo diesel (-3,76%), etanol (-8,67%) e gasolina (-11,64%). A gasolina, que tem maior impacto negativo sobre o índice geral, teve redução de R$ 0,18 por litro nas refinarias no mês passado.

Os preços das passagens aéreas também caíram em agosto (-12,07%), após quatro meses consecutivos de alta. A sazonalidade é uma das explicações para esse resultado, explica Kislanov: “Essa é uma comparação com julho, que é um mês de férias e há aumento da demanda. Além disso, foram quatro meses seguidos de alta, o que eleva a base de comparação. Também há o impacto da redução do querosene de aviação nesse período”.

Outra influência importante veio do grupo alimentos e bebidas (0,24%), que desacelerou frente ao mês anterior (1,30%). O ritmo menor veio da queda nos preços do tomate (-11,25%), da batata-inglesa (-10,07%) e do óleo de soja (-5,56%). Isso fez com que o resultado da alimentação no domicílio (0,01%) ficasse próximo da estabilidade. Outro produto importante na cesta é o leite longa vida, que teve deflação de 1,78% em agosto.

Sobre o leite, apesar do alívio no mês, os preços ainda continuam altos, destaca o instituto. “Nos últimos meses, os preços do leite subiram muito. Como estamos chegando ao fim do período de entressafra, que deve seguir até setembro ou outubro, isso pode melhorar a situação. Mas no mês anterior, a alta do leite foi de 25,46%, ou seja, os preços caíram em agosto, mas ainda seguem altos”, afirma Kislanov.

INPC cai 0,31% em agosto ante queda de 0,60% em julho

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) registrou queda de 0,31% em agosto, após uma redução de 0,60% em julho. O índice mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados.

Como resultado, o índice acumula alta de 4,65% no ano e de 8,83% em 12 meses. Em agosto do ano passado, o INPC havia sido de 0,88%.

 

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