O fogo que consome diversas áreas da Amazônia formou uma densa nuvem de poeira e fuligem que cobre boa parte do Amazonas e de outros estados do Norte e do Centro-Oeste. Imagens de satélite do observatório europeu Copernicus mostraram uma mancha com mais de 500 km de extensão e 400 km de largura, que também abrange áreas da Amazônia boliviana.
“Hoje há um jato de ar de baixos níveis descendo ali a Cordilheira dos Andes. A perspectiva é que, nos próximos dias, isso aumente, assim como a temperatura que só vai aumentar para acima da média dessa época do ano”, explicou ao UOL o cientista Humberto Barbosa, coordenador do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite da Universidade Federal de Alagoas (LAPIS/UFAL).
O cenário não é animador. Como destacou o Estadão, entre os dias 27 e 28 de agosto, o INPE identificou 3.949 focos de incêndio na Amazônia, muito acima do número registrado nesse mesmo período no ano passado (1.040). Considerando o mês de agosto, o bioma somou até a última 4ª feira (28) 31.130 focos ativos de incêndio, quase o dobro do registrado no mesmo período de 2023 (15.710).
Essa fumaça deve avançar para outras áreas do Brasil na próxima semana. De acordo com O Globo, a expectativa é de que as nuvens de poeira e fuligem sigam para as regiões Sul e Sudeste, em especial os estados do Paraná e São Paulo. A massa de poluente será mais intensa do que aquela vista na semana passada.
A MetSul explicou os efeitos potenciais das nuvens de poluição nessas áreas mais distantes do bioma. Diferentemente do que acontece nos municípios amazônicos, onde a fumaça atua mais perto da superfície e causa piora da qualidade do ar, no Sul e Sudeste ela estará em suspensão na atmosfera. “Por isso, seus efeitos se percebem pelo tom mais acinzentado do céu com aspecto fosco e ainda por cores realçadas do Sol ao amanhecer e no fim da tarde. Excepcionalmente, a fumaça vinda do Norte pode descer a altitudes menores e prejudicar a qualidade do ar de forma mais significativa”, destacou a agência.
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