O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse na 2ª feira (13.jun.2022) que irá propor à sua equipe “estudar” a concessão de um indulto a Allan dos Santos. Foragido nos Estados Unidos, o jornalista tem um mandado de prisão expedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
O chefe do Executivo concedeu em 21 de abril a graça constitucional ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). Ele foi condenado a 8 anos e 9 meses de prisão pelo STF por declarações contra ministros da Suprema Corte.
Ao ser questionado por jornalistas se ele poderia conceder indulto a Allan como fez com Silveira, Bolsonaro disse: “Eu vou mandar estudar. E você pode ver, a minha graça é prevista. Quando lá atrás deram indulto para um montão de gente por corrupção, ninguém falou nada”.
E completou: “No caso do Daniel, já falei para vocês, eu não queria em sendo do Supremo receber aquelas criticas que ele fez. Agora, a pena para isso não é a prisão, muito menos 9 anos de cadeia, começar em regime fechado, cassar o mandato, inelegibilidade, multa, pelo amor de Deus.”
O presidente afirmou também que não encontrou com Allan dos Santos durante a motociata em Orlando nos EUA. Bolsonaro foi ao país para participar da Cúpula das Américas, em Los Angeles.
“Não encontrei com ele [Allan]. Se tivesse encontrado, falaria para você, se ele tivesse aparecido na minha frente, eu ia apertar a mão dele como na última, penúltima vez que tive lá e também apertei a mão dele. Eu não o vejo como criminoso”, disse.
O jornalista é investigado pelo STF em 2 inquéritos: o das fake news e o das milícias digitais antidemocráticas. Ele deixou o Brasil e julho de 2021 depois de ser alvo de buscas e apreensões. Em outubro, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva de Allan dos Santos e sua extradição.
Bolsonaro também criticou a cassação do mandato do então deputado Fernando Francischini. No início de junho, o ministro Nunes Marques derrubou a cassação, em uma decisão individual. Por 3 a 2, a 2ª Turma do STF derrubou a decisão de Marques, restituindo a cassação, afirmando que os políticos não podem “agir contra a democracia” ao propagarem fake news.
“O que fizeram com o Francischini, no meu entender, não tem adjetivo. É uma coisa que ultrapassa a raia da estupidez”, afirmou.
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