No dia 7 de abril, Bolsonaro esteve no Rio Grande do Sul para participar da Feira Nacional da Soja. Havia previsão de que o vice-presidente participasse, mas isso não ocorreu. Mourão estava voltando de viagem ao Uruguai e não conseguiu chegar a tempo.
Mourão fora da chapa à reeleição
Após receber várias alfinetadas do presidente, Mourão anunciou em fevereiro deste ano que não comporia uma eventual chapa de reeleição.
Pouco mais de um mês depois, o vice-presidente se filiou ao Republicanos, em cerimônia na sede do partido.
Levantamento do Metrópoles aponta que até o fim do ano passado, o chefe do Executivo já havia alfinetado ou desautorizado Mourão em público ao menos 24 vezes desde o início do mandato.
Na última delas, o ex-capitão criticou a “autonomia” do general. Segundo Bolsonaro, o vice teria “vida própria”, e isso criaria problemas. Um dos indícios do desalinhamento é a queda do número de reuniões entre os dois. Os encontros entre o presidente e o vice caíram 85% de 2019 a 2021.
Reaproximação por conveniência
De acordo com Ricardo Caichiolo, professor de Ciências Políticas do Ibmec Brasília “não há dúvidas de que a aproximação do pleito eleitoral é o fator fundamental para a reaproximação” entre o presidente Jair Bolsonaro e o vice Hamilton Mourão, porque mesmo que Bolsonaro o tenha rejeitado em certas ocasiões, ele sabe o peso político do general.
“Por um lado, o vice presidente exerce grande influência junto às Forças Armadas, especialmente o Exército, com quem convém a Bolsonaro manter uma relação harmônica, na medida em que os militares têm tido um papel fundamental em seu governo e terão, também, na corrida eleitoral”, explica o especialista.
Além do benefício que a união traz para Bolsonaro, segundo Caichiolo, Mourão também se favorece com a trégua, já que precisará de apoio político no estado.
“Para Mourão, o apoio do presidente em sua campanha ao Senado pelo Rio Grande do Sul mostra-se o único caminho possível, qualquer sinalização diferente representaria uma ruptura e isso não seria favorável ao vice-presidente nessa disputa que se revela bastante acirrada”, salienta o professor.
“A eleição de Mourão no estado será importante para Bolsonaro para fortalecer sua eventual base de apoio em caso de um segundo mandato”, completa.
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