Os fundadores da Doma conceberam a startup para entrar no mercado de créditos de carbono de maneira pouco usual: montando um portfólio de propriedades na Amazônia em que a Systemica, empresa de carbono que tem BTG Pactual como sócio, possa desenvolver atividades de preservação da floresta.
O financiamento para a compra das terras também é único no país. A Doma vai abrir o capital em uma bolsa canadense no final deste ano, por meio de uma fusão com uma capital pool money (CPC), empresa “cheque em branco” semelhante às SPACs americanas.
A companhia deve levantar R$ 8 milhões na operação, o que servirá de pontapé inicial no plano de aumentar seu território. Hoje, a Doma tem duas propriedades no Acre, totalizando 30 mil hectares. A meta é chegar a 200 mil em até três anos.
Projetos que geram carbono evitando o desmatamento são realizados tipicamente em terras que pertencem a indivíduos. Uma das etapas mais difíceis e caras desses empreendimentos é a investigação da titularidade da terra.
O foco da empresa é seguir adquirindo propriedades no Estado, que foi incorporado ao Brasil em 1903. “Conseguimos a cadeia dominial completa [das terras] desde então. Isso garante uma documentação sólida”, diz Eduardo Portella, co-fundador e COO da Doma.
Com 12 anos de experiência acumulada nas diligências imobiliárias, a Systemica também participa da fase de análise das propriedades.
Holding de florestas
“Entendemos que havia uma oportunidade para uma holding de ativos florestais, com capital aberto e transparência”, afirma Portella.
Ele e João Alberto Medrado, CEO e também co-fundador, descrevem um modelo de negócios relativamente simples: a startup monta seu portfólio de terras e a Systemica implementa os projetos de carbono e negocia os ativos gerados, os créditos de carbono.
A receita das vendas será dividida entre as duas empresas.
“Temos uma espécie de contrato guarda-chuva. Eles [a Systemica] ficam responsáveis por todo o investimento nos nossos terrenos”, afirma Medrado.
A expectativa é que a maior parte dos créditos seja emitida em atividades de desmatamento evitado – especificamente do desmatamento planejado.
A metodologia REDD+ prevê a remuneração via créditos nos casos de contenção de ameaças externas e também quando a vegetação de uma área deixa de ser aberta mesmo que haja permissão legal para o desmate.
A companhia espera alguma geração de créditos de reflorestamento, que têm sido mais demandados por grandes compradores internacionais, como a Microsoft.
Os fundadores da Doma conceberam a startup para entrar no mercado de créditos de carbono de maneira pouco usual: montando um portfólio de propriedades na Amazônia em que a Systemica, empresa de carbono que tem BTG Pactual como sócio, possa desenvolver atividades de preservação da floresta.
O financiamento para a compra das terras também é único no país. A Doma vai abrir o capital em uma bolsa canadense no final deste ano, por meio de uma fusão com uma capital pool money (CPC), empresa “cheque em branco” semelhante às SPACs americanas.
A companhia deve levantar R$ 8 milhões na operação, o que servirá de pontapé inicial no plano de aumentar seu território. Hoje, a Doma tem duas propriedades no Acre, totalizando 30 mil hectares. A meta é chegar a 200 mil em até três anos.
Projetos que geram carbono evitando o desmatamento são realizados tipicamente em terras que pertencem a indivíduos. Uma das etapas mais difíceis e caras desses empreendimentos é a investigação da titularidade da terra.
O foco da empresa é seguir adquirindo propriedades no Estado, que foi incorporado ao Brasil em 1903. “Conseguimos a cadeia dominial completa [das terras] desde então. Isso garante uma documentação sólida”, diz Eduardo Portella, co-fundador e COO da Doma.
Holding de florestas
“Entendemos que havia uma oportunidade para uma holding de ativos florestais, com capital aberto e transparência”, afirma Portella.
Ele e João Alberto Medrado, CEO e também co-fundador, descrevem um modelo de negócios relativamente simples: a startup monta seu portfólio de terras e a Systemica implementa os projetos de carbono e negocia os ativos gerados, os créditos de carbono.
A receita das vendas será dividida entre as duas empresas.
“Temos uma espécie de contrato guarda-chuva. Eles [a Systemica] ficam responsáveis por todo o investimento nos nossos terrenos”, afirma Medrado.
A expectativa é que a maior parte dos créditos seja emitida em atividades de desmatamento evitado – especificamente do desmatamento planejado.
A metodologia REDD+ prevê a remuneração via créditos nos casos de contenção de ameaças externas e também quando a vegetação de uma área deixa de ser aberta mesmo que haja permissão legal para o desmate.
A companhia espera alguma geração de créditos de reflorestamento, que têm sido mais demandados por grandes compradores internacionais, como a Microsoft.
A crise de reputação dos ativos de desmatamento evitado (REDD+) não é uma preocupação, segundo Portella.
“Nesse último escândalo [a Operação Greenwashing], o cara tinha um esquema, auditorias fechadas, números velados. Nós seremos uma empresa com transparência, aliados a uma marca forte como Systemica, com o BTG por trás. Isso dá um pouco mais de tranquilidade para o comprador”, afirma.
Amazônia na Bolsa
A Doma será listada na TSX Ventures Exchange (TSXV), bolsa com sede na Província canadense de Alberta dedicada a startups de pequeno porte. Caso cresça, a listagem pode ser transferida para a bolsa principal, de Toronto.
O caminho foi uma fusão com a Harmony Acquisitions, uma CPC – empresa que recebe os recursos dos investidores e, então, sai em busca de um negócio.
A fusão já foi aprovada pelos acionistas da Harmony. A expectativa é que os trâmites burocráticos sejam resolvidos nos próximos meses, o que permitiria a listagem em novembro ou dezembro, diz Medrado.
A expectativa é que a Doma estreie com um valor de mercado de cerca de R$ 50 milhões.
Startups de mineração são um negócio típico da TSXV: companhias buscam recursos para prospecção e oferecem um alto potencial de retorno – caso comecem de fato a produzir.
Esse modelo é bem compreendido e consolidado no mercado canadense. O da Doma, que quer ganhar dinheiro mantendo a floresta em pé, é bem diferente.
Os executivos afirmam não conhecer outra companhia com um modelo comparável. Portella diz que isso não é um problema.
“O investidor que está nessa bolsa está acostumado com esse tipo de business [diferente]. E é uma bolsa que tem muita mineração, muitas empresas poluentes. Vamos ser um contraponto.”
As ações negociadas no mercado canadense também não serão a principal fonte de recursos para a expansão, afirma Medrado, o CEO.
Ele estima que, depois dos R$ 8 milhões levantados com a listagem, a Doma busque uma captação de R$ 100 milhões a R$ 150 milhões para a compra de terras. Medrado espera que o valor seja composto por dívidas.
Além do conhecimento dos investidores nacionais, a companhia também não pode ter o controle pulverizado numa bolsa estrangeira, pois a legislação exige que donos de terras aqui sejam brasileiros.
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