De janeiro a março, foram notificados à polícia 345 casos deste crime sexual na capital amazonense, 60 a menos que em igual período do ano passado. De janeiro a março deste ano, 30 pessoas acusadas do crime foram presas.
As vítimas de estupro devem procurar, imediatamente, as unidades policiais para contribuir com a elucidação do crime e auxiliar os órgãos do sistema de Segurança Pública a iniciar as investigações para localizar e punir os infratores. A orientação da Polícia é endossada pela gerente dos Laboratórios de Biologia e Genética Forense do Instituto de Criminalística (IC), perita Daniela Koshikene.
“Nós temos uma corrida contra o tempo. A vítima tem esse poder de conseguir contribuir para elucidação do seu próprio crime, mas também a capacidade de evitar que esse crime volte a ocorrer com outras pessoas. Se esse autor não for identificado, ele continuará cometendo esse crime e fazendo novas vítimas”, ressaltou.
Neste ano, o trabalho da criminalística elucidou estupros cometidos em série na capital, que estavam arquivados, justamente, por falta de provas. Após o crime, a vítima deve procurar atendimento em uma unidade do Sistema Único de Saúde (SUS) para tomar medicamentos necessários para evitar qualquer doença que possa ter contraído no momento da violência, assim como, gestação indesejada ou qualquer sequela em relação ao seu organismo.
“Na Delegacia, a vítima será encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML) para realizar o exame de conjunção carnal onde serão coletados os vestígios que o autor deixou no corpo dessa vítima. Os vestígios serão encaminhados ao Laboratório de Genética Forense para identificação do autor”, explicou a gerente do laboratório, perita Daniela Koshikene.
Reforço policial – Maior policiamento e estímulo às denúncias e aumento de prisões de suspeitos do crime coíbem a ação dos criminosos, na avaliação da titular da Delegacia Especializada em Crimes contra a Mulher, delegada Débora Mafra.
“Essa diminuição é resultado dos patrulhamentos realizados pela Polícia Militar e o combate aos estupros de rua, especialmente no início da manhã e no final da tarde. Além disto, o aumento no número de denúncias diminuiu a incidência desse tipo de crime porque os homens começaram a ficar com medo, já que tem certeza que serão responsabilizados. Aliado a isto, está o fato de que, a partir de setembro de 2018, mesmo que a vítima desista da denúncia, as investigações continuam”, disse.
Para a titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), delegada Joyce Coelho, o aumento de prisões impacta na redução de casos. No último semestre do ano passado, foram registradas 110 prisões por crimes sexuais no Amazonas. Destas, 59 foram em Manaus.
“A repressão agiu como fator inibidor. Primeiro houve uma grande repercussão de casos e um aumento no número de prisões. Registramos um pico de denúncias por pessoas encorajadas a denunciar a partir da repercussão dos casos. Agora, com a responsabilização do abusador e a repressão do crime, também sendo mostrada, acaba inibindo novos crimes”, destacou.
O cidadão vítima de estupro deve comunicar o fato, imediatamente, em uma Delegacia de Polícia e denunciar o agressor. Denúncias também são recebidas pelo número 181, o disque denúncia da SSP-AM.
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