O rodoviários de Manaus retomaram a paralisação do transporte coletivo por volta das 9h desta sexta-feira (12), em protesto contra o não pagamento dos salários. A mobilização da categoria teve início em frente ao Fórum Trabalhista, no Centro, e provocou a interrupção dos serviços em diversas linhas da cidade.
Motoristas e cobradores começaram a se concentrar na Rua Ferreira Pena, estendendo a manifestação pelas avenidas Leonardo Malcher e Getúlio Vargas, onde os ônibus ficaram estacionados em fila. O movimento ocorreu paralelamente a uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), da qual participaram representantes do Sindicato dos Rodoviários.
De acordo com o sindicato, a retomada da paralisação se deu pela ausência de avanços nas negociações e pela permanência do atraso nos pagamentos. A categoria informou que manterá os serviços suspensos caso os salários não sejam depositados.
Governo nega responsabilidade
Em nota oficial, o Governo do Amazonas afirmou que não tem responsabilidade sobre o atraso nos salários dos rodoviários, limitando sua atuação à aquisição de passes estudantis. Segundo o Executivo estadual, a alegação de que os pagamentos não foram feitos por falta de repasse do governo “não é verdadeira”.
O governo destacou que os valores referentes às meias-passagens foram depositados em agosto, mas a 2ª Vara da Fazenda Pública rejeitou o depósito judicial em 3 de setembro, exigindo a devolução dos recursos, o que teria provocado atraso no processo. A devolução foi concluída na quinta-feira (11), e a nova transferência dos valores está em andamento.
Ainda segundo a nota, houve complicações com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) e com a Prefeitura de Manaus, como a indicação de contas bancárias divergentes e a ausência de certidões negativas por parte do sindicato. O governo afirmou que precisou acionar a Justiça para garantir o pagamento do Passe Livre aos estudantes da rede estadual.
“Lamentamos que inverdades estejam sendo usadas para camuflar problemas administrativos e orçamentários que nada têm a ver com o Poder Executivo Estadual”, finaliza o comunicado.
Prefeitura também se isenta
Por meio do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), a Prefeitura de Manaus também negou responsabilidade sobre a paralisação. A administração municipal garantiu que todos os repasses devidos estão em dia até setembro.
A prefeitura reconheceu que os recursos estaduais e municipais são fundamentais para o equilíbrio do sistema, mas atribuiu ao Sinetram a obrigação de repassar os valores às empresas operadoras, que devem, por sua vez, assegurar o pagamento aos trabalhadores.
“A Prefeitura de Manaus reafirma que cumpre rigorosamente suas obrigações, atua com transparência e seguirá defendendo tanto os trabalhadores do transporte quanto a população que depende diariamente do sistema coletivo”, informou a nota.
Situação indefinida
Até o fechamento desta edição, a paralisação continuava sem previsão de término. O Sindicato dos Rodoviários afirma que a categoria permanecerá mobilizada até que os pagamentos sejam regularizados.








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