O Brasil, nosso amado país, está vivendo neste momento as bênçãos do céu e as tormentas do inferno.
De um lado, somos um dos países mais abençoados do mundo:
Com sua imensa extensão territorial (8.515.767 km², com 4.319,4 km de largura e 4.394,7 km de norte a sul), o Brasil abriga seis biomas de dimensões continentais: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal.
Possuímos cerca de 50 mil espécies de plantas e mais de 124 mil espécies de fauna, segundo dados do IBGE e de instituições ambientais.
Temos ainda uma plataforma continental exuberante, rica em peixes, e reservas excepcionais de petróleo e gás.
Somos um dos maiores produtores mundiais de alimentos, alimentando mais de 10% da população global com nossos grãos e carnes.
Possuímos uma das maiores reservas de água doce do planeta e uma diversidade mineral impressionante:
- Um dos maiores produtores de minério de ferro e bauxita do mundo;
- Detentores de mais de 97% das reservas conhecidas de nióbio;
- Segunda maior reserva mundial de terras raras (atrás apenas da China);
- Além de ouro, diamantes, cassiterita e outros minerais estratégicos.
Por outro lado, apesar de tantas riquezas, o Brasil vive hoje o que poderíamos chamar
de o “Inferno de Dante” (em referência a Dante Alighieri, autor da “Divina Comédia”,
escrita entre 1308 e 1320):
- Ganância;
- Corrupção;
- Desgoverno (com o governo gastando mais do que arrecada);
- Inflação;
- Taxas de juros de 15% ao ano;
- Desequilíbrio fiscal;
- Dívida pública beirando os 7,5 trilhões de reais, com previsão de ultrapassar os 8
trilhões até o final de 2025 (em março, a dívida representava 75,9% do PIB,
segundo o Banco Central);
- Alimentos caros;
- Problemas crônicos na Educação, Saúde, Segurança e Economia;
- Pobreza e desigualdade social crescentes;
- 4,6 milhões de brasileiros vivendo sem acesso a saneamento básico, segundo a
OMS;
- Mais de 28 milhões de brasileiros sem acesso à rede de água tratada;
- E, por fim, o Governo Federal e a classe política continuam priorizando seus
próprios interesses, enquanto o povo segue pagando a conta.
Que pena!
Manaus, 22 de junho de 2025.
Professor José Melo
Ex-Governador do Estado do Amazonas

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