Uma articulação política vem tentando tirar o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL) da disputa por uma vaga ao Senado nas eleições de 2026, o que acendeu um alerta dentro da chamada “direita raiz” no Amazonas, especialmente no grupo bolsonarista mais fiel. Caso a manobra se concretize, a bancada amazonense ao Senado pode acabar sendo composta apenas pelos caciques locais: o governador Wilson Lima (UB) e o senador Eduardo Braga (MDB), ambos já pré-candidatos às duas vagas.
O temor da chamada ala bolsonarista raiz surgiu após recentes declarações do presidente estadual do PL, Alfredo Nascimento, que passou a defender a manutenção de Alberto Neto na disputa pela reeleição na Câmara Federal. O argumento oficial seria estratégico: garantir a eleição de até três deputados federais pelo partido, incluindo o próprio Alfredo. No entanto, na prática, a movimentação é vista por muitos como uma tentativa de esvaziar a candidatura de Alberto Neto ao Senado — justamente o nome que hoje lidera todas as pesquisas de intenção de voto para a vaga.
Sem Alberto Neto no páreo, a direita bolsonarista raiz ficaria órfã de um representante genuíno na principal disputa do pleito. No cenário mais provável, restariam apenas candidaturas ligadas ao centrão e aos acordos políticos de bastidores, sem um nome que represente de fato a base conservadora que sustenta o bolsonarismo no estado.
Nos bastidores, estão tentando empurrar Alberto Neto até para a disputa pelo governo do estado, tudo para que ele não dispute o Senado. Para a direita conservadora mais fiel ao bolsonarismo, abrir mão de Alberto Neto no Senado pode significar não apenas a perda de uma cadeira, mas também a ausência de um discurso e de um projeto político que represente o eleitor conservador no Amazonas pelos próximos oito anos.
Envie seu comentário