O cenário preocupa e pode levar a uma série de reflexos negativos na economia brasileira. O solo seco e os baixos níveis dos rios prejudicam não só as safras agrícolas como também a geração de energia elétrica, o custo de combustíveis e o transporte de cargas pelo país.
Essa junção de fatores tem reflexo direto no bolso dos brasileiros, em especial, os mais pobres. São impactos na cadeia produtiva de alimentos e nos custos de empresas por todo o país, que geram um aumento de custos básicos do dia a dia.
Em 2021, o último momento de crise enérgetica mais grave, a seca provocou um aumento de 21,21% na energia elétrica residencial, que foi o segundo subitem de maior contribuição para a inflação oficial do país. Só perdeu para a gasolina, que avançou 47,49%.
Naquele ano, o IPCA chegou a 10,06%, maior nível desde 2015. De olho na seca de três anos atrás e no cenário atual, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tentou tranquilizar agentes do mercado e produtores nesta terça-feira (3).
Até é possível que os patamares não sejam os mesmos, mas a inflação já é uma preocupação latente e que ganha novo reforço.
Em julho, o acumulado do IPCA para a janela de 12 meses chegou a 4,50%, no teto do intervalo permitido pela meta perseguida pelo Banco Central do Brasil (BC). Caso ela permaneça elevada, o BC pode ser obrigado a manter os juros básicos do país em níveis mais altos para controlar os preços.
Além disso, o forte resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre, uma alta de 1,4% no período, mostra que o consumo segue forte e amplia os receios de que a inflação esteja prestes a sair da meta do BC. O mercado financeiro, inclusive, já aposta em uma alta nos juros em setembro.
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