Em julho, o preço médio da gasolina (2,57%), etanol (4,02%) e do diesel (1,18%) apresentou alta em comparação a junho. Isso é o que mostra o levantamento inédito realizado pela ValeCard, empresa de meios de pagamentos especializada em soluções de mobilidade, bem-estar e remuneração e adquirência, com base em transações feitas em mais de 25 mil postos de combustíveis credenciados em todo o país.
De acordo com os dados, os preços pagos pelos motoristas estão avançando em um ritmo superior ao medido pelo IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15). Segundo o IBGE, a prévia da inflação de julho ficou em 0,30%, após taxa de 0,39% registrada em junho. Já nos últimos 12 meses, a variação do índice foi de 4,45%, acima dos 4,06% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2023, a taxa foi de -0,07%.
Julho | Junho | Variação | |
Gasolina | R$ 6,189 | R$ 6,034 | 5,57% |
Etanol | R$ 4,129 | R$ 3,969 | 4,02% |
Diesel | R$ 6,231 | R$ 6,158 | 1,18% |
De acordo com Brendon Rodrigues, head de inovação e portfólio da ValeCard, a inflação geral eleva os custos de produção dos combustíveis, como mão de obra, energia elétrica e insumos para refinarias. “Para repassar esses custos e manter a margem de lucro, as empresas tendem a aumentar os preços dos produtos finais”, explica.
Além disso, a Petrobras anunciou um aumento de 7,1% nos preços da gasolina para as distribuidoras em 8 de julho. O aumento praticado pela estatal equivale a R$ 0,20 por litro do combustível. O último reajuste ocorreu em 21 de outubro de 2023, quando os preços foram reduzidos.
Em um horizonte de tempo maior, comparando os preços de julho de 2023 e 2024, houve um aumento significativo nos combustíveis. A gasolina ficou 7,48% mais cara, passando de R$ 5,758 para R$ 6,189 por litro. O etanol teve um aumento de 3,75%, indo de R$ 3,971 para R$ 4,129. Já o diesel apresentou a maior alta, com um incremento de 19,02%, saltando de R$ 5,235 para R$ 6,231.
Julho 2024 | Julho 2023 | Variação | |
Diesel | R$ 6,231 | R$ 5,235 | 19,02% |
Etanol | R$ 4,129 | R$ 3,971 | 3,97% |
Gasolina | R$ 6,189 | R$ 5,758 | 7,48% |
Para Rodrigues, a análise da variação em um ano deve levar em consideração uma série de fatores interligados, tanto internos quanto externos. “O conflito entre Rússia e Ucrânia, grandes produtores de petróleo e gás natural, gerou uma crise energética global e impactou os preços das commodities, elevando os custos de produção dos combustíveis”, explica.
Além disso, ele pontua que o país passou por instabilidades econômicas pós -pandemia, bem como a incidência de impostos sobre os combustíveis, como PIS/Cofins e ICMS, que também contribui para a formação do preço final ao consumidor.
Envie seu comentário