Masturbação em excesso faz mal? Existe um limite para a prática da masturbação? Quantas vezes é “normal” se masturbar? Todas essas são perguntas que podem rondar a cabeça de quem tem o hábito de se dar prazer – algo totalmente normal e até recomendado por sexólogos como uma forma de conhecer a si mesmo.
Masturbação, para especialistas, é saudável, e não há um limite estabelecido para a sua prática. A frequência, no entanto, tem influência de diversos fatores, como idade, níveis hormonais, estresse, valores pessoais e religiosos, questões culturais, periodicidade das atividades sexuais, dentre outros.
Veja abaixo quando masturbar demais pode estar te fazendo mal e quais os benefícios da prática,
Masturbar demais faz mal? Mitos e verdades
– Diminui a sensação de prazer durante o sexo
VERDADE. Não é a masturbação em si que diminui o prazer durante o sexo, mas, quando realizada de modo excessivo, pode impactar negativamente na relação com o parceiro. Isso pode ocasionar dessensibilização dos órgãos sexuais, necessitando de estímulos mais intensos ou diferentes para sentir prazer.
Outro ponto é a dependência da prática como principal forma de gratificação sexual, que pode resultar em ansiedade no que diz respeito ao desempenho.
– Pode liberar esperma mesmo sem ereção
MITO. Essa liberação pode acontecer em situações como ereção parcial e por meio da polução noturna, no entanto, são ações normais e não em consequência da masturbação excessiva.
– Causa perda da sensibilidade dos nervos do pênis
DEPENDE. Como o pênis é um órgão sensível a estímulos sexuais e táteis, a masturbação em si não costuma provocar perda permanente da sensibilidade dos seus nervos. Porém, quando feita em excesso, principalmente se realizada de maneira agressiva, pode haver diminuição temporária da sensibilidade do pênis, que retorna após um período de redução na intensidade da prática.
– Provoca exaustão sexual
VERDADE. A masturbação excessiva pode fazer com que o indivíduo experimente um nível significativo de cansaço físico, emocional e mental.
– Causa perda de memória
MITO. Não há evidências científicas que comprovem que a masturbação em excesso causa perda de memória. O processo de memorização pode ser eventualmente dificultado caso a pessoa se sinta cansada em razão da prática, mas não há uma relação direta.
– Provoca disfunção erétil
DEPENDE. Não há evidências científicas comprovando que a masturbação em excesso causa disfunção erétil. No entanto, como a prática excessiva tende a estar associada a sentimentos negativos como culpa e ansiedade, além de questões como depressão e estresse, isso pode repercutir de modo disfuncional na vida sexual e contribuir para problemas de ereção.
É importante explicar que a disfunção erétil é geralmente causada por uma combinação de fatores físicos, psicológicos e emocionais, como doenças crônicas, problemas de circulação sanguínea, uso excessivo de álcool ou drogas, entre outros.
Quando é o momento de procurar ajuda?
Se o ato começa a provocar sofrimento e a sensação de que, sozinho, não é possível lidar com a questão, é o momento de buscar um profissional. Pode ser com um terapeuta sexual, que vai, de fato, reconhecer o quanto a prática está interferindo negativamente.
A partir disso, o especialista vai ajudar a identificar gatilhos emocionais, examinando quais emoções ou situações estão desencadeando a compulsão pela masturbação, a fim de criar estratégias para lidar com eles de maneira saudável. Engajar-se em outras atividades prazerosas, praticar técnicas de relaxamento – como ioga e exercícios de respiração ou meditação – são alternativas que podem fazer parte de um tratamento do problema.
Como saber se tenho masturbação compulsiva?
Quanto a atividade começa a afetar negativamente a saúde e o bem-estar da pessoa, é necessário refletir sobre sua frequência. Assim, a masturbação compulsiva é quando há um desejo irresistível e persistente de se masturbar, repercutindo de modo negativo em sua vida diária.
Entre os sinais que podem indicar a masturbação compulsiva, estão:
- Perda de foco nas atividades cotidianas
- Não conseguir chegar ao orgasmo no sexo com outras pessoas
- Frequência excessiva
- Isolamento social
- Sentimento de culpa ou vergonha
A masturbação compulsiva pode ser resultado da interação de fatores físicos, psicológicos e sociais. É possível citar entre eles a fuga para lidar com sentimentos como ansiedade, estresse, solidão e depressão.
Há ainda a questão da repetição e do reforço do hábito ao longo do tempo, que se relaciona ao sistema de recompensa (liberação de dopamina), alterações hormonais que podem influenciar o desejo sexual, dependência de pornografia etc.
Quais os benefícios da masturbação?
Masturbar-se pode trazer uma série de benefícios para a saúde física, emocional e sexual. Veja alguns:
– Alivia o estresse
Com a masturbação, o corpo libera endorfinas e outras substâncias químicas que ajudam a diminuir o estresse e provocam sensação de bem-estar.
– Melhora o humor
Ao aumentar a sensação de prazer e de relaxamento, contribui para aliviar sentimentos de ansiedade e tristeza.
– Permite autoconhecimento corporal
É uma forma de exploração e descoberta, permitindo descobrir preferências e desejos sexuais. Ela possibilita ainda uma conexão mais íntima com o próprio corpo, melhorando a autoestima e a autoconfiança.
– Melhora a qualidade do sono
Quando o indivíduo alcança o orgasmo durante a masturbação, pode liberar tensões acumuladas no corpo, contribuindo para um sono mais saudável.
– Melhora a saúde sexual
A prática regular da masturbação favorece a circulação sanguínea na região genital e a lubrificação vaginal, e ainda previne alguns problemas, como disfunção erétil e dor durante a relação sexual.
Fortalecimento do assoalho pélvico
Ao fortalecer os músculos do assoalho pélvico, há algumas vantagens em situações como o primeiro parto e prevenção de incontinência urinária em idades mais avançadas.
Fontes
Danilo Galante, urologista e sexólogo; Josinaldo Furtado de Souza, professor do curso de psicologia do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê); Renata de Azevedo, psicóloga pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialista em relacionamento e terapia de casal; Stephanie Seitz, sexóloga e CEO da INTT Cosméticos.
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