Vinte e cinco personalidades do Partido Socialista, da esquerda e da sociedade civil defendem a “recusa da privatização integral da TAP”. Numa carta aberta, divulgada pelo jornal Público, os subscritores – entre os quais Ana Gomes, Ricardo Sá Fernandes, Francisco Louçã ou Daniel Oliveira – afirmam que a companhia aérea “não é um ativo tóxico”, sendo um “trunfo económico ao serviço do país”, e, por isso, garantem os signatários, deve continuar nas mãos do Estado.
“Uma TAP, controlada por capitais públicos e bem gerida, à semelhança da CGD, poderá gerar dividendos para os contribuintes. Por isso, só a manutenção pública da TAP permitirá que venhamos a recuperar o dinheiro ali investido, através da distribuição futura de dividendos. A sua anunciada privatização só serviria interesses ocultos e não o interesse nacional”, consideram.
“Digamos a verdade: a TAP é uma das empresas portuguesas que mais contribuem para o crescimento da economia nacional. Em 2022, o contributo do turismo para o PIB português foi de 8,8%; somado o contributo indireto, foi de 19,1%. A TAP foi uma das principais contribuidoras para esses resultados”, assinalam, sublinhando que “o tempo provou que a privatização ilegal da TAP, pelo Governo de gestão do PSD-CDS, em 2015, entregando a empresa a quem não tinha a capacidade financeira necessária, foi ruinosa para os contribuintes e para a economia nacional”.
Depois dos argumentos contra a privatização da companhia aérea, as 25 figuras que assinam a missiva apresentam seis medidas para a empresa, desde logo, a “manutenção do controlo estratégico da TAP, de modo a assegurar o interesse nacional e garantir a soberania estratégica do Estado português sobre uma infraestrutura económica essencial ao país”.
Além da “recusa da privatização integral da TAP, sem prejuízo da eventual abertura do capital minoritário a investidores”, os signatários pedem ainda a “manutenção do hub em território nacional e defesa dos postos de trabalho”, o “reforço substancial da cobertura de todo o território nacional, nomeadamente no Porto, Faro, Açores e Madeira” e o “contributo para a melhor relação com a diáspora”.

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