O banco central do Japão chocou os mercados nesta terça-feira com um ajuste inesperado em seu controle de rendimento de títulos ao permitir que as taxas de juros de longo prazo aumentem mais, movimento que busca aliviar alguns dos custos do estímulo monetário prolongado.
Investidores esperavam que o Banco do Japão não fizesse nenhuma alteração em seu controle da curva de juros até que o presidente da autoridade monetária, Haruhiko Kuroda , deixe o cargo em abril.
Ao explicar que essa é uma tentativa de dar vida ao mercado de títulos, o Banco do Japão decidiu permitir que o rendimento dos títulos de 10 anos se movam com uma banda de 0,50 ponto percentual tanto para cima quanto para baixo em relação à meta de 0%, contra faixa anterior de 0,25 ponto.
Mas o banco central manteve sua meta de rendimento e disse que aumentará acentuadamente a compra de títulos, um sinal de que a mudança foi um ajuste fino da política monetária ultrafrouxa atual, em vez da retirada de estímulo.
Kuroda afirmou que a mudança busca eliminar distorções na forma da curva de juros e garantir que os benefícios do programa de estímulo do banco sejam direcionados aos mercados e empresas.
“O passo de hoje tem como objetivo melhorar as funções do mercado, ajudando assim a aumentar o efeito de nossa flexibilização monetária. Portanto, não é um aumento da taxa de juros”, disse Kuroda em uma conferência de imprensa.
“Esta mudança aumentará a sustentabilidade de nosso arcabouço de política monetária. Não é absolutamente uma revisão que levará ao abandono do controle da curva ou a uma saída da política monetária frouxa.”
Como amplamente esperado, o banco central japonês deixou inalteradas suas metas de controle da curva de rendimentos, fixadas em -0,1% para as taxas de juros de curto prazo e em torno de zero para o rendimento dos títulos a 10 anos, ao encerrar sua reunião de política monetária nesta terça-feira.
O Banco do Japão também disse que aumentará as compras mensais de títulos do governo japonês para 9 trilhões de ienes (67,5 bilhões de dólares) por mês, em relação aos 7,3 trilhões de ienes anteriores.
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