O dia 27 de fevereiro teve um sabor especial para Joseane Gonçalves, de 24 anos. Por quase dez horas, enquanto tinha seu braço esquerdo tatuado para cobrir cicatrizes decorrentes de um acidente que quase tirou sua vida, ela repassou momentos dos últimos anos e decidiu: “Hoje começa uma nova etapa na minha vida”.
E a vida dela não tem sido fácil. Em abril de 2019, há quase três anos, Joseane – que trabalha como analista de marcas e patentes – voltava para casa de um dia normal de trabalho. Por volta das 19h, quando estava em uma plataforma lotada da Estação da Luz, no Centro de São Paulo, ela caiu e foi atropelada por um trem.
“Quando o trem foi se aproximando, eu senti um baque, como se fosse um empurrão, com o movimento da multidão. Depois disso, eu só me recordo de estar embaixo do trem e dos bombeiros tentando me tirar. De uma luz forte no meu rosto. Alguns gritos. Depois disso não me recordo de mais nada. Acordei no hospital”, conta Joseane.
Foram três meses de internação no Hospital das Clínicas e cerca de 20 cirurgias. Ela conta que foi avisada que perdeu a perna assim que foi tirada da ventilação mecânica. “Tive amputação traumática da perna direita. Quebrei o fêmur e o maxilar, tive fraturas na coluna, entre outras coisas”, conta.

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